Para estes, os Estados Unidos são os malls e roupa de qualidade na metade do preço das boutique de Rio e São Paulo, a Broadway, a Disneyworld, o Lincoln Center, os restaurantes de preços bem mais acessíveis que nas grandes cidades brasileiras, o trânsito não suicida, os financiamentos de imóveis e automóveis à prazo perdido e a juros baixos e esquecem que existem o mortgage a ser saldado, as contas que não podem ficar atrasadas uma semana sequer, que o serviço é cortado e tem multa de re-ligação, as taxas governamentais que aqui são pagas, o seguro contra tudo e contra todos, o preço absurdo dos divertimentos e as diversas outras obrigações a serem cumpridas.
AQUI CORRUPÇÃO DÁ CADEIA
NO BRASIL APENAS CRIA POLÊMICA
E MANCHETES NOS JORNAIS
E MANCHETES NOS JORNAIS
Acreditem ou não, existe muita similitude no modo de se viver entre algumas cidades brasileiras e as daqui. New York é uma São Paulo que deu certo. Boston, uma Belo Horizonte menos desconfiada. San Francisco, uma Pelotas com mais ladeiras. New Orleans, uma Salvador sem axé, Idaho um nordeste produtivo, Los Angeles uma Florianópolis com mais trânsito e Miami, onde resido, um Rio de Janeiro mais organizado, mas de maneira alguma mais fácil de se viver. Por que? Miami como o Rio de Janeiro, é centro de atração turística, não só internacional, como nacional. O sol, o mar e suas praias, são as chamadas obrigatórias. Mas com duas únicas diferenças. Vamos a elas.
Primeiramente o Rio de Janeiro, é a única cidade que reúne em seu perímetro urbano, montanhas, florestas, praias, uma lagoa e áreas urbanizadas. Miami, ao contrário é uma cidade plana, que vive de suas freeways, espaços urbanos, shopping malls a cada esquina e jacarés em suas cercanias. Quando você encontrar a primeira lagoa, cuide-se, pois, tem jacaré a espreita. No Rio, ao contrário, os jacarés estão fora da lagoa e o atacam não para apenas o devorar, mas sim para igualmente se apossar de seu relógio, de seu celular, de seu tênis de sua bicicleta e até de sua vida, dependo do grau "narcotizaste" do jacaré em questão.
Segundo, é que no Rio de Janeiro, se fala o idioma local - o português com ch acentuado - e quando você vem para morar, seja oriundo de Recife ou de Dusserdorf, invariavelmente acaba pegando o jeito do Rio. Se torna um carioca. Pois esta é a sua única chance de sobrevivência na convivência com o carioca, que na verdade não é necessariamente aquele que nasceu no Rio de Janeiro e sim aquele que assimilou o estado de espírito local. Miami em contrapartida, é uma cidade onde se fala mais espanhol do que inglês e que as pessoas que aqui vem morar mantém seus costumes. O cubano sempre será um cubano e agirá como estivesse no centro de Havana. Os russos, mantém aquela forma de ser, sempre achando que alguém da KGB o irá alcançar e por isto dão gorjetas até a alguém que apenas lhe de bom dia. Os Venezuelanos e Colombianos, marcando e não comparecendo. Os canadenses, no inverno, felizes por ter ciência da existência do sol. E os argentinos, bem, estes são o que são em qualquer lugar do planeta. Comem sardinha e arrotam salmão. Em contrapartida, o brasileiro fala alto, passa sempre à sua frente sem pedir licença, não tira a mão da buzina, avança o sinal sempre que for possível e quer levar vantagem em tudo como o italiano, com uma única distinção: de não usar muita gesticulação, pois, as mãos estão abarrotas de sacolas, ou malas de viajar, que aqui nos malls é coisa normal. Normal entre brasileiros, é claro...
Assim, concluo afirmando que é muito difícil se viver em Miami, pois, hoje, é uma cidade formada por vários grupos étnicos, que vivem, como ainda estivessem em seus países. Outra moda que que pegou por aqui, e hoje goza de um mercado sólido, é que as mulheres russas, aqui chegam grávidas de oito meses, tem o filho - que automaticamente se torna norte-americano - e voltam para Moscou, com garantia de um passaporte norte-americano na família. Em Los Angeles, são as chinesas que estão invadido a cidade.