segunda-feira, 30 de julho de 2012

O IDOLO NUNCA PERDE, NO MÁXIMO DEIXA DE GANHAR

É impressionante a força de vontade das equipes norte-americanas nos esportes que estão predestinados a lutar por uma medalha de ouro. Nós brasileiros extravasamos nossos sentimentos. Na verdade, os temos a flor da pele. Os norte-americanos parecem que não. Agem como máquinas e acabam levando a melhor, ou perdendo por pouco. Isto se chama foco. E exige uma coisa chamada compromisso. Coisa esta que só se consegue com muita determinação.

Até entendo que no afã de se torcer por um atleta de seu pais, se queira desmerecer a qualidade de outro. Compreendo que Phelps não nadou bem os 400, sua primeira prova e chegou na quarta colocação atrás de seu maior rival e colega de time e de um brasileiro. Ai vem gente que nunca disputou esporte algum - nem purrinha - para vibrar mais com o fato do brasileiro ter chegado à frente do maior nadador de todos os tempos, do que propriamente dele, que com toda justiça, fez jus a sua prata.


Eu fui atleta, e sei quão difÍcil é se realizar que você chegou a seu limite. Talvez por isto, eu tenha uma tremenda admiração por aqueles que nunca conseguem achar seus limites e a cada competição nos surpreendem. Não há como se explicar. Phelps, é igual a qualquer um de nós. Dorme, acorda, toma café da manhã e vai trabalhar. Apenas que seu trabalho é em uma piscina. O nosso em qualquer outro lugar. Se priva de muitas coisas que nós não precisamos nos privar e tenta controlar sua ansiedade e nervos, contra os melhores trabalhadores de seu oficio, à frente de bilhões de telespectadores. Imaginem o que ele deve ter sentido ao chegar na quarta colocação.


Eu diria que 99,9% dos habitantes da terra gostariam de chegar em quarto lugar em uma olimpíada. Mas para Phelps deve ter sido uma decepção. Ele sentiu que não é mais o mesmo e que teve uma queda produtiva. Sentimentos e sensações inevitáveis com o passar dos anos. Mas no dia seguinte deixou de disputar uma prova em 200 metros onde era favorito, para melhor defender seu país em seu relay. E foi o melhor dos quatro. Mas para tal teve que fazer um sacríficio pessoal. Deixou de lado a chance de mais uma medalha individual, para tentar uma coletiva. Aquele que o bateu, acabou entregando o ouro para os franceses. Logo, penso, que cair da forma como Phelps caiu e assim mesmo saber que é o quarto do universo nos 400, é coisa demais para qualquer ser humano. É cair de pé.


Phelps estava, desde o início destes jogos, à procura de sua décima oitava medalha olímpica. Acho que isto responde a qualquer dúvida e principalmente a qualquer inveja de gente que prefere levantar copinhos, e fazer lipos, do que treinar de forma árdua. E ele o faz, com chuva ou sol, todos os dias, e isto no melhor período de sua vida. Aquele que poderia estar na praia azarando os brotinhos.

Aprendamos, com os franceses, que perderam o mais importante relay nas olimpíadas passadas por batida de mão. Ontem ganharam por um pouquinho mais. Sua imprensa não perdeu tempo em falar que haviam derrotado Phelps e companhia. Simplesmente enalteceram seus heróis, dois dos quais, que nadaram mais do que pela medalha de ouro. E sim para ajustar as contas pendentes desde Beijing. E foram quatro anos de espera.


Mas, como disse anteriormente, existe uma coisa chamada determinação. E neste pormenor, nós brasileiros, ainda não conseguimos estabilizar uma base. Lembram-se da última Copa de Futebol, como os holandeses viraram o jogo, com gols de cabeça em nossa pequena área. E o que fizemos, ao estarmos em desvantagem? Passamos a apelar para pontapés. Em relação a determinação, em nosso caso, esta ainda é suplantada pela ansiedade.


Mas nada que um dia depois do outro. Os que torciam contra Phelps tiveram que engolir mais duas medalhas e serem protagonistas de um dia histórico. Aprenderam definitivamente, que é muito difícil se ganhar uma medalha olímpica. Uma de ouro, então, nem se fala. Que ganhar 19 é ainda mais complicado. E quase que impossível é fazer história e foi o que este rapaz o fez hoje, dia 31 de Julho de 2012. E o mais impressionante, dentro e fora d'água.  



quinta-feira, 26 de julho de 2012

O MELHOR DRAMA ESTÁ NO ESPECTADOR, NÃO NO PALCO


Vocês tiveram a oportunidade, quando jovens, de ler Machado de Assis? Eu tive e acho que li quase tudo que ele escreveu. Dos livros aos contos. Estes últimos devem ter suplantado a marca dos 200. Com a impassibilidade que apenas as grandes convicções lhe trazem, creio que Machado de Assis, possa ter sido um dos maiores, se não o maior, homem da literatura brasileira.

Ademais, Machado tinha a grande capacidade que não tenho. A de condensar um pensamento, em poucas palavras. E além de o fazer com extrema maestria, utilizava-se com soberba sutileza, do difícil recurso de subentender muito do que queria dizer. Ler Machado de Assis, é como se tentar decifrar um enigma, uma charada, um quebra-cabeça.

Em um de seus contos ele meio veio com esta, que considero épica: o melhor drama está no espectador, não no palco. Isto é uma realidade crudelíssima. De uma profundidade abismal. Nós é que fazemos o feio e o bonito. O certo e o errado. A comédia e o drama. A beleza está nos olhos de cada um... O autor escreve, os atores protagonizam, mas é a platéia que sente, reage e absorve toda e qualquer mensagem. Este conceito, aplica-se na criação de cavalos de corrida, principalmente quando certas teorias são levadas a efeito, sem um fundamento plausível de qualquer bom senso. 

Em um de seus contos, possivelmente um dos mais pitorescos, Machado de Assis descreve um médico, que escolheu uma esposa, nada bonita e muito menos simpática por questões de estudos científicos. Segundo ele, o médico, ela reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso e excelente vista: estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além destas prendas, - únicas dignas de preocupação de um sábio, era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte

Este texto rico de genialidade, apenas sugere os perigos que um ser apenas teórico pode correr, quando deixa de lado a prática e acredita que tudo é parte de uma grande tecnologia. Que as coisas possam ser selecionadas mediante uma equação. Enfim, que o  drama está no palco, e não em sua platéia.  Evidentemente que ali extinguiu-se a descendência dos Bacamartes. E não poderia ser de outra forma.

sábado, 7 de julho de 2012

O PEIDO BIBLICO


Adão foi um cara sem infância. Afinal erigido à imagem e semelhança do Senhor, como o foi, não poderia ser de outra forma. Nasceu maduro e desenvolvido. E com todas as características de ser um futuro corno manso. 
Dizem as más línguas, que solto no paraíso e sem nada para fazer, ele um dia descobriu que o macaco tinha achado uma outra finalidade para com o seu pinto. Resolveu experimentar em si próprio e aquilo pareceu diverti-lo, pois, já conhecedor de toda a flora e fauna, precisava de algo que lhe trouxe-se  distintas sensações. E foi ai que o Senhor, para evitar que o primeiro ato libidinoso impetrado pelo nosso mais antigo ancestral, viesse a se tornar um vício, resolveu criar-lhe uma companheira. Para tal, inventor da genética, como o era, o Senhor utilizou-se de uma das costelas de Adão. E foi assim que igualmente desenvolvida, mas longe de ser madura, nasceu Eva.
Se bem que outras opções não houvessem, comenta-se que foi amor a primeira vista. Conheceram-se, tornaram-se amigos, e de mãos dadas eram vistos em todos os rincões do paraíso. Mas levou algum tempo para que Adão descobrisse  que havia em Eva uma função a mais para seu pinto. Quando descobriram,  fizeram aquela “coisa”, amaram-se, pela primeira vez, e como era proibido a utilização de qualquer tipo de preservativo, Eva engravidou. Aquele calombo que ora crescia na altura do abdomem de Eva, deixou Adão apreensivo. Seria seu pinto o causador daquela inflamação? Seria o destino de Eva inflar e explodir? Como livrar sua amada daquele negócio?
A primeira reação de Adão foi apertar o ventre de Eva. O fez por seguidas vezes até que na quinta ou sexta vez, ouviu um estrondo seguido de um cheiro não muito agradável. E foi assim que o primeiro peido da humanidade, foi desferido. Só que Adão não entendeu e Eva muito menos. Aliviada, mas com o mesmo inchaço a altura da região abdominal, Eva olhou para Adão e perguntou.

  - O que foi isto?

  - Não sei. O que sei é que saiu do fundo de você.
Eva que desde sua criação se mostrara dissimulada, se fez de desentendida e com aquela expressão angelical, perguntou.

  - Você tem certeza?
Adão com um aceno afirmativo de cabeça, demonstrou que sim.

  - E você acha que foram estes apertões, que você meu deu?
Adão não só tinha certeza, como nenhuma dúvida, que era preferível deixar sua amada explodir, a ter que sofrer novamente com aquela terrível sensação produzida por aquele tenaz cheiro, que agora entrava em suas narinas. E assim nenhum outro apertão veio a ser dado na barriga de Eva, nenhum outro peido foi desferido pela mesma e ao final de mais alguns meses, nasceu algo pequeno, que não parava de chorar, mijar e defecar. Mas pelo menos, Eva não havia explodido e seu calombo desaparecera. 
Dizem que em hebraico Caim, seria escrito Qayin, o que significaria lança, Todavia, o nome de Caim pode também estar associado a outra forma verbal, como Qanah, que significava provocar ciúmes. Nunca foi determinado quem escolheu este nome, afinal filho feio não tem pai. E Caim era feio, tinha um pinto pequeno, sempre se mostrou um cara meio estranho e revela-se que como Eva deu a luz de pé, ele caiu, dai a escolha do nome ser Caim, que na língua paradisíaca, deveria significar algo como aquele que caiu, ou coisa que o valha.
Caído ou não, Caim era uma peste. Matava todo ser vivente com seus gases, desobedecia a seus pais, gostava de colocar fogo nas coisas, corrompia seus irmãos com pagamentos mensais de coisas que não lhe pertenciam, adorava fazer experiência de dissecação com todo o ser que respirasse, e tinha no estrangulamento sua maior forma de divertimento. Adão não o compreendia. Suspeitava apenas, que da junção daqueles apertões que dera no calombo de Eva, com a batida de cabeça no chão ao de Eva despencar, Caim de alguma forma fora afetado. O tempo provou a ele, que esta não era a verdadeira razão.
Sem sacar ainda, que aquela “coisa”, era a razão da origem daqueles calombos, Eva ficou grávida uma segunda vez. Sem apertos no calombo e agora encontrando uma posição deitada para parir, nasceu outro ser de pinto, a quem deram o nome de Abel. E que por estas coincidências da vida era amável, dócil, muito chegado a seus pais e para desespero do primogênito, tinha um pinto grande e vistoso. O oposto de Caim, que por ele encharcou-se em ciúmes desde o primeiro dia. 
Com as duas experiências, agora escancaradas às suas frentes, Adão e Eva, não precisavam ser gênios, para sacar como as coisas dali para frente deveriam ser feitas. E ademais ter filhos, naquela época não era um problema, pois, não haviam pagamentos da casa própria, despesas com uniformes, cadernos e escola e a comida sobrava por todos os lados. E a partir dai, nasceram meninas e meninos, pois Eva era uma “parideira” de primeira linha e acima de tudo, realmente gostava da “coisa”.
Um dia, chegando sem avisar, Adão resolveu tirar uma prova da fofoca que andava rondando as cercanias do Eden. E viu Eva cheia de intimidades com uma serpente, que nela se enroscava, passando com certa lentidão pelas partes mais intimas. Surpreendeu-se, pois, a sensação que teve, era que a mãe de seus filhos, estava tendo muito prazer com aquele contato. Será que o macaco Lula, estava com a razão? Custara-lhe crer a principio, afinal o macaco Lula era reconhecido por sua demagogia, fraco caráter e pela capacidade que tinha em corromper todo aquele que dele se aproximasse. Mas que mesmo assim, com sua lábia, agradava aos símios, e os tinha nas mãos para poder fazer dele o que quisesse. Para tal distribuía cestas básicas de bananas.
De volta a selva, resolveu saciar sua curiosidade

  - Macaco Lula, que tal é esta serpente?

  - Cumpanheiro. Esta serpente, é homi. Se chama-se Dirceu, e é o pai do Caim. E Caim vai cagar a tua vida e do paraíso, que além de tudo, está cheio de uma ave maldita chamada tucano. Cheio de cores e cum bico maior que eles. Cuidado com estes também. Criticam tudo sem poder provar. - como notou uma certa perplexidade na expressão do primeiro corno da humanidade, o macaco Lula complementou - Escuta aqui ô Adão, você não vê que a Eva é mulher fácil? Foi logo dando para o primeiro que viu... O que se pode esperar de alguém que veio de uma costela?
Era difícil de acreditar, mas o macaco Lula poderia estar certo. De volta a sua maloca, Adão descobriu que Caim, dentro todos os seus filhos era o que destoava em caráter e atitudes. Na verdade, não tinha mal caráter. Pior, tinha completa ausência do mesmo. Era o único que soltava gases, por cima e por baixo, para irritar a todos que o cercavam. Fazia-o com sadismo. E não mais para sua surpresa, era assim mesmo, o grande preferido de Eva, que pelo pilantra, fazia todo e qualquer sacrifício. Até o de fingir não notar as intenções do provável bastardo para com sua irmã, a formosa Avan.
Diz a história que um dia Abel pegou Caim, explicando a Avan de como ela deveria levar a boca seu pinto, como se fosse uma jaboticaba, sem morder. Os dois brigaram e Abel levou a melhor. Era menor em tamanho, porém maior em força, coragem e determinação. A partir daí, Adão não teve mais dúvidas, Abel era seu filho e Caim era da serpente.
Mas para se vingar, a história retrata que Caim um dia pegou Abel desprevenido e lhe deu com uma pedra na cabeça. O que mais tarde foi descoberto, com mais uma das representações dadas pelos livros sagrados, em sua habilidade de dourar a realidade. Na verdade, Caim, que era hábil na arte da fratulência, aproveitou-se de Abel ter um sono pesado, e peidou junto ao nariz do irmão, que morreu asfixiado. Este foi o primeiro homicídio da história humana e a verdadeira arma foram os gases fecais de Caim, e não a pedra defendida pelos livros sagrados. Compreendo que explicar a real versão do acontecido, em um livro sagrado, seria dose! 
Malandro como era, Caim sacou que o castigo viria de alguma forma: ou por seu pai oficial Abel, ou por aquele tal do Senhor, que nunca vira, mas que por todos era respeitado. E naquela mesma noite, na calada da mesma, sequestrou a Avan, transformando-a em sua amante, e impetrando assim o primeiro incesto de nossa história. E pôs o pé na estrada. Encontrou a Terra da Fuga, reconhecida como o Nod. Com o nascimento de seu primeiro filho, Henoc, cujo apelido era o Dirceuzinho, em homenagem a seu pai biológico, decidiu criar raízes e formar uma cidade, que os livros sagrados teimam em dizer tratar-se de Henoc. Não é verdade, depois de ter vários filhos, quase todos machos com sua mulher Avan e duas de suas filhas, que por razões de discreção aqui me recuso a citar seus nomes, ele os fez erigir seu sonho. A todos chamava de candangos e ele construiu no meio do nada, algo que se chamou Brasilia, um templo à corrupção, demagogia, a seu pai biológico e onde a lei, ou melhor a falta da mesma, era por ele ditada.
Dizem os antigos que o castigo vem a cavalo e quem envenena, bebe do mesmo veneno. No caso de Caim, o cavalo custou a chegar, mas o veneno não. Um dia, quando dormia, teve um sonho estranho. Soltou um fulminante peido, que o fulminou, já que com o deslocamento do ar, fez o teto cair sobre sua cabeça, e como o irmão que assassinara, morreu por insuficiência respiratória. Mas infelizmente, deixou imensa prole, que não foi dizimada como defendido nos livros sagrados, com o evento do diluvio, que fez Noé construir seu barquinho. do qual seus mais importantes descendentes foram Nero, que dele pegou o cacoete de colocar fogo em tudo, Hitler que adorava a utilização de gases para eliminação de seu próximo, Jack o estripador, que estrangulava suas vitimas, Joseph Mengele, que tinha prazer em fazer experiências com o gênero humano e muitos que o copiaram e assim inventaram o mensalão.
Por nunca ter soltado um peido sequer, consta que Adão morreu aos 130 anos, mesmo tendo sido expulso do paraíso. Não é conhecido o paradeiro de Eva, que com saudades de Caim, passou a se utilizar daquilo que tinham em comum; a arte da fratulência. 
Segundo o macaco Lula, a serpente abandonou Eva e depois daquela história mal contada da maça, o Senhor decidiu dar um fim a toda aquela história, que ele mesmo criou e agora se arrependia. Mas o que fazer, se agora tinha criado uma tal de humanidade?