segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O JEITO DELES DE VOAR

MUITAS SAUDADES DA VARIG



Hoje um transbordo aéreo que necessite da utilização de um aeroporto norte-americano é uma penitência para um pecado não cometido. Você é tratado como um verme, a ser escrutinado por gorilas, que não sabem sequer assinar seu próprio nome, mas que se julgam autoridades divinas. Se não divinas, como poderes divinos...

Já tenho meu kit de viagem. Relógio com correia de borracha. Sapato sem cadarço, abolição do cinto, correntes e celular no bolso do casaco, que tem que ser tirado do corpo, nenhum chapéu e um computador que possa ser facilmente acessado e retirado da mala de mão. Logo, passo fácil em meu teste de não terrorista. O problema é que muitos que estão à sua frente não. E ai a filha dura... dura... que nem o coelhinho da Duracell. Você mofa. E o principal de tudo. Você tem que se manter sorrindo e tentando transmitir as autoridades, que tudo está correndo as mil maravilhas. Seu tempo não vale merda nenhuma e se você perder o avião, paciência, sempre haverá outro e afinal de contas, o que são mais 4 horas de espera em um aeroporto?

Quarenta e cinco minutos para se livrar do balcão da TAM e 30 minutos para se vencer as autoridades, já lhe comeram mais do que uma viagem na ponte aérea, Rio-São Paulo.

O passo seguinte nas agruras de se enfrentar um vôo de uma companhia brasileira é a entrada na aeronave. Tem gente que coloca um travesseiro na barriga para pode passar por grávida. Outros que mancam momentaneamente e até aqueles que adotam a criança ao lado. Tudo na ânsia de entrar no avião na frente dos outros. E a luta pelos compartimentos acima da cabeça. Em avião de brasileiro, entrou no final, não hã lugar para se colocar as malas. 


Brasileiro faz fila para tudo, mas quando a coisa é relativa a transporte ele extrapola. Quer ser o primeiro, embora no caso dos aviões o lugar é marcado. Nas empresas estrangeiras, a maioria respeita a chamada pela ordem determinada no talão de embarque. Eu disse a maioria, não todos, pois, sempre haverá um brasileiro, tentando tirar a sua vantagem, mancando, adotando uma criança, vocês já sabem como...

Ai ele entre e começa o exaustivo jogo das poltronas. Quando sabe que existirão lugares vagos, passam a espalhar suas coisas por duas, três ou quatro filas de forma a, quem sabe, poder viajar deitado. Quando não o consegue, xinga até a mãe do dono da empresa aérea. Não seria mais fácil se adquirir um bilhete de primeira classe ou business?

Mas há de se convir que há sempre aquela esperança que você não tenha que sentar do lado de um gordo que ocupa dois bancos, ou daquela senhora que é a cara de sua avó, mas que, ao contrário da mesma, baba em seu ombro, do senhor muito simpático, mas que quando adormece, ronca qual uma trituradora de cimento ou daquela criança que chora a noite toda e vomita durante a viagem, longe do vestido de sua mãe.

Tem gente que tem sorte e senta ao lado da Gisela Bunchem, outros do JÔ, que embora ocupe dois bancos o faz sorrir, mas eu não. Sempre me sento do lado de alguém que não gostaria de sentar. Seria penitência pela boa vida que vivi até aqui? Provavelmente.

Disse na primeira parte desta crônica, que sou do tempo da Panair e tenho muitas saudades da Varig. E vocês sabem porque? Porque o serviço de bordo era humano e as aeromoças também.

Hoje a comida de avião tem gosto de plástico e as aeromoças parecem ser feitas deste mesmo material. Sorriem, falam, mas são incapazes de notá-lo. Eu digo as aeromoças, não a comida. Para esta impolutas senhoritas – em sua maioria e senhoritos em quase a sua totalidade - você nada mais é do que um ser inoportuno que não, a ou o, deixa dormir e folhear a Caras.

Esta é a sua posição dentro de um avião. A de um inoportuno. Apertado pelo excessivo número de assentos, e achatado pela significativa pressão de uma tripulação que parece estar ali apenas para o coibir, nunca para o ajudar.

O comandante de vôo, que tem sempre um sobrenome forte, Falcão, Aguiar, Soledade, e que além disto parece ter se esmerado em seu curso de impostação de voz do que em horas de vôo, tem sempre as mesmas piadas e as mesmas informações. Para que diábos precisamos saber, em todo santo vôo, a altitude e a temperatura que está fazendo lá fora? Não acredito que ninguém esteja propenso a sair para dar uma volta e nem que eles aceitem um pedido de um passageiro no tocante a uma mudança de altitude. Mas é praxe. Como praxe é aquela demonstração dos tripulantes de bordo para a apresentação do da necessidade do uso do cinto, das máquinas de oxigênio e das saídas de emergência, com aquela calma própria dos que nunca entram em pânico. 


Mas aguardem, a viagem nem começou..

domingo, 29 de novembro de 2009

VOCÊS SE LEMBRAM DA VARIG? E DA PANAIR?

SAUDADES DA VARIG




Viajar, depois de uma certa idade enche o saco. Quanto mais você viaja, quanto mais você enfrenta aeroportos e balcões de companhias aéreas, mas você passa a dar valor a sua casa e a seu entorno. Não sou ainda um dinossauro, caminho para isto mas na atual conjuntura, me movimento bem. Como diria uma de minhas sobrinhas, sou um cara safo. Principalmente em aeroportos. Todavia, por mais bom humor que você tenha, por mais paciência que consiga manter, diria que cada dia fica mais difícil interagir com todos os problemas de uma viagem lhe trás.

Entendam, sou do tempo da Panair. Mesmo levando-se em consideração que as viagens, eram bem mais longas, os aviões não tão equipados e as conexões desumanas, mesmo assim viajar era ainda um prazer. Você se sentia um individuo, uma pessoa, um ser humano e não, como hoje, um número de poltrona. Vocês podem até não acreditar, mas até comia-se bem dentro dos aviões.

Pois é, a Panair se foi, mas um consolo: ficou a Varig. O problema é que com o tempo a Varig também se foi e não ficou ninguém. Quando digo ninguém é ninguém mesmo! Com direito a ponto de exclamação.

Quando estive sediado em New York, usava a American para vir para o Brasil. Quando transferido para Chicago, a United. Em meu longo período em Lexington a Delta e nos meses que vivi em Chantilly, a Air France.

Mas como todo bom brasileiro estou sujeito a decaídas e sentimentalismos baratos. Resolvi me utilizar a TAM. Nunca fui chegado a companhias aéreas que puxem para o vermelho ou o laranja, outrossim, por iniciativa própria, sem indicação de quem quer que seja, decidi que iria viajar TAM. Afinal eles apregoavam que tinham o meu jeito de voar. E eu estava curioso para saber que jeito era este.

Fui, como sempre faço, para a Internet. Bato no tam.com e de repente me vi dentro de um página, que pensava ser da TAM. Era toda vermelhinha, tinha fotos apenas dos aviões da TAM. Mas não era. Era de um companhia que vendia TAM e que só descobri no final, naquelas letrinhas mínimas do rodapé. Mas fui bem atendido, consegui um bom preço, nada a reclamar.

Meu segundo erro. Aceitei um vôo diurno. Afinal, tinha que estar em São Paulo no sábado, e quinta feira era thanksgiving, me sobrou apenas esta opção, já que a pontualidade nunca foi, e acredito que nunca o será, o ponto forte das companhias aéreas brasileiras. Aliás, de qualquer brasileiro. Mas como a Varig nunca primou pela pontualidade, com poderia não ser diferente, assim preferi me precaver e chegar na véspera de meu encontro, pois, como diria minha avó Adelina, missa se espera na igreja.

O vôo era as nove, cheguei as dez para a seis, com apenas 2 horas de sono, pois na véspera fui a uma festa em Kendall que fica a 60 quilômetros de minha residência. Haviam três passageiros sendo atendidos e eu era o primeiro da fila. Ao lado a United tinha umas 25 pessoas já na fila. Pois, creiam ou não, a vigésima quinta pessoa da fila da United foi atendida antes de que eu fosse atendido na TAM. Pasmem 32 minutos e os três passageiros iniciais se mantiveram sendo atendidos.

Atrás de mim se formou uma fila monumental. E vocês sabem, o brasileiro que vem a Miami não viaja. Ele se muda! Cada casal com seis malas parrudas e estufadas, caixas de carrinho para bebes e todo e qualquer artefato eletrônico que o leitor possa imaginar. Aliás, este deve ser o nosso maior produto de importação. Carrinhos de bebê. Todos os levam. 


Atendido pela pouco eficaz atendente, descobri que embora minha mala de mão fosse pequena, teria que desembarcar pois excedia as normas da ANAC que eram de no máximo 5 quilos. Olhei para a fila da United e todos - com raríssimas exceções - tinham as suas duas malas de mão, como é de praxe. Mas a ANAC não é da mesma opinião. A fadiga dos controladores de vôo do espaço aéreo brasileiro, os choques no ar de aviões e as panes constantes no sistema ante diluviano que usamos, parecem não serem as prioridades da ANAC. A mala de mão com mais de 5 quilos sim.

Moral da história tive que desembarcar minha pequena mala de mão, sabedor que mofaria a espera da mesma em Guarulhos, cuja lentidão em trazer as malas sempre foi seu maior destaque. Só perde neste item para o Galeão, mas este é hours concours.

Mas isto é só o começo. O espaço desta minha coluna se extinguiu, mas não as peripécias desta odisséia que é se tentar ir ao Brasil, utilizando-se de uma companhia que conhece o seu jeito de voar... 

sábado, 28 de novembro de 2009

NO BRASIL VARONIL COM O CÉU COR DE ANIL

TAIS BRINCANDO ?????????????






O mundo permeado de política, poder e religião em que vivemos é um palco de apetites perversos e vis submissões. E creio que existam razões. Antigamente o silêncio era a grande arma dos imbecis. Aceitavam as opiniões com submissão, concordando com aqueles que acreditavam ter mais conhecimento e os seguiam como a luz que os mantinha em movimento dentro do túnel aos quais sentiam-se cativos. A modernidade os trouxe para fora do túnel. Libertaram-se da escuridão, mas a claridade ofuscou ainda mais seus pensamentos. Continuam escravos de suas próprias ignorâncias, pois, nunca lhes foi dado a vara de pescar, apenas as sardinhas para amainar sua fome diária.

Esta continua sendo a formula brasileira de se captar votos e se manter no poder: não deixar que a grande maioria se desenvolva intelectualmente e um dia venha a questionar decisões do governo que em troca das sardinhas devem ser acatadas e seguidas.

Vamos e venhamos, a mente humana é uma caixa de segredos inescrutáveis. Um baú de imperceptíveis e crudelíssimas imperfeições próprias. E existe um agravante em nosso caso: o brasileiro é inimigo da simplicidade. Encabeço a lista. Logo, assim posso falar. Complicamos tudo e creio que estas observações que levanto, toda vez que me deixo levar pelos pensamentos à frente do amigo Atlântico, podem ser confundidas como elementos complicatórios”. Talvez o sejam. Todavia, o certo é que não agimos como outras sociedades.

O primeiro ponto dissonante que me vem a mente, é que não creio que a seriedade seja um dom de nossa justiça e muito menos em nosso policiamento. Por exemplo, esta semana um Jornal de São Paulo, provou que alguns deputados estavam usando firmas fantasmas para poder justificar gastos com verbas extras. Coisa que um antigo presidente do senado - que está de volta defendendo a moral da família brasileira – se utilizou para justificar entrada de dinheiro com bois, que nunca existiram. Bois fantasmas. Se isto não levou a nada um ex-presidente do senado, que já de volta, possivelmente engravidando outras secretárias e amigas, nada acontecerá com estes deputados. Como nada aconteceu com um mensalão, o valerioduto e todo e qualquer escândalo. Parece que a idéia da atual democracia e deixar que o escândalo emirja, mas que de maneira alguma seja punido. Estranha atitude, não?

Tudo em nosso Brasil varonil com o céu cor de anil, virá pizza, no reino da atual gestão. Estes representantes do povo, lesam este mesmo povo e o que acontecerá? Provavelmente nada, pois, muitos pertencem ao partido do governo e a partidos que o apóiam. São votos que não podem ser desperdiçados, quanto mais perdidos, pois, eles são importantes para aprovar toda e qualquer imbecilidade proposta pelo Planalto.

Alguém vai pagar por mais este desabono do serviço público?

Tais brincando?????????????

Vocês querem outro exemplo? Li que na China, dois condenados foram sentenciados a morte e executados na terça feira, por terem adulterado o leite, que resultou na morte de mais de uma centena de crianças. Aqui no Brasil, alguém já foi preso por adulterar algo? Da gasolina ao leite adulteramos qualquer negocio e quantos foram julgados e condenados?

Tais brincando?????????????

Vamos a uma terceira constatação. Semana passada assisti no Fantástico uma reportagem de como funciona o regime politico na Suécia. Como os seus deputados moram em apartamentos de 50 metros quadrados sem luxo algum, os seus salários, a contenção despesas a que são submetidos, a inexistência de um transporte subvencionado individual e o mais importante de tudo, a proibição da contratação de parentes e pagamento de despesas para os membros da família em viagens. Seria que no Brasil adotamos esta mesma monástica politica?

Tais brincando?????????????

Volto a repetir: não creio que haja muita seriedade na forma como as coisas são julgadas ai no Brasil. Depois que viram pizzas pelas magistrais mãos de qualquer um de nossos poderes, elas igualmente são esquecidas, e a mídia é resignada ou quem sabe acalmada. E assim parte para desvendar outro escândalo, deixando de lado o anterior. Este último já não vende mais jornais. Seria esta a melhor forma de se ter uma país sério? Provavelmente não.

Não quero de maneira alguma jogar o peso de todas estas ações na atual administração. Seria injusto. Nossos problemas, nossas atitudes e a forma pela qual enfrentamos certas situações, a meu ver não é a mais correta. E isto vem de muito tempo. Eu diria que décadas. Acreditamos no jogo de cintura e que se a coisa não aconteceu no nosso quintal, ela não nos afeta. Nunca parecemos pensar como uma comunidade. Preferimos agir individualmente. É dose!

Quando mesmo multados por uma mínima infração no trânsito, nossa reação é imediata para o guarda: Tais brincando???????

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

É DOSE

PROJETO BOLIVARIANO ?






Por melhor que seja o psiquiatra ou psicólogo, nem Freud seria capaz de saber com exatidão o que se passa no interior das mentes humanas. Você pode até ter uma idéia, mas nunca tê-la como um livro aberto. E isto se levando em consideração a pessoa normal. A do dia a dia. Imaginem de um político ou de um diplomata brasileiros que vivem de tentar a agradar gregos e troianos e certamente cumprindo sua agenda pessoal, nunca a do povo ou do pais a que serve.

Este é o peso de uma democracia. Onde a maioria, mesmo que desprepara elege seus dirigentes e estes se mantém no poder sabendo agradar as massa que lhe tragam mais votos. É ai que entrou as bicicletas de Evita Perón, os Brizolões do Brizola e as cestas famílias do presidente Lula. Dá-se a sardinha, nunca a vara de pescar. Evidentemente que isto igualmente acontece na Bolívia e na Venezuela. Presidenciadas” por dois populistas do mais baixo clero, mas visto pelo nosso presidente em palavras textuais, que foram as duas melhores coisas que aconteceream na America do Sul.

Talvez, o presidente Lula se esqueça de Simon Bolívar, mas é muito se pedir consciência histórica de uma pessoa que não acha que ler seja tão importante. Outrossim, o amigo facebook José Parra, teceu outro dia em meu mural, um interessante comentário sobre esta cândida união de Mahmoud Ahmadinejad, Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chavez? Que batizei como a dos três mosqueteiros tupiniquim. Aquela que nem Alexandre Dumas poderia fazer melhor. Leiam o comentário:

"O que  o Chefe Chaves faz e manda o Imperador e seus " assessores  especiais"  vão atrás .... do famoso Projeto  Bolivariano ....  O Socialismo do século 21 ( Antes de Cristo) . É o atraso ideológico se reunindo na America Latrina ... Onde o culto a ignorância é endeusado. É a busca do poder através do populismo. Fonte altamente fértil por essas bandas. Usando a democracia para atingir seus objetivos.... "

Desculpem-me aqueles que assim discordam, mas acho que o José Parra está com a razão. Não creio que esta seja a melhor forma da America do Sul formar um bloco de poder político e financeiro dentro do contexto mundial. Aliás, onde estiver a Bolívia, só acredito que se possam ser montados blocos de rua, para festejar carnaval na várzea. Qualquer bloco sério em termos de nosso continente, deve igualmente ter a participação de no mínimo a Argentina e o Chile. Mas isto é uma questão de opinião, que como já disse em mais uma oportunidade, todos tem que nem seu nariz. Em distintas formas, tamanhos, e matizes.

Estranha-me esta excessiva subserviência do presidente Lula para com Hugo Chávez. Afinal quem tem aspirações de ser um estadista, deveria demonstrar mais individualidade em suas resoluções e pensamentos. O Evo já deu sua primeira rasteira no concernente a nosso gás. Foi relevado, acredito eu pelos grandes laços de amizade que unem o presidente Lula e o presidente Evo Morales. Laços estes que parecem pertencer as cordas que Hugo Chávez se utiliza para manter em movimento suas marionetes.

Creio que não precisamos da Venezuela e muito menos da Bolívia para sobrevivermos na política internacional. Somos uma potencial nação, vista pelo investidores internacionais como viável. Abandonamos aquele horrenda posição de uma das de mais risco. Porque tentarmos voltar a ela com ações como a desta união com o Irã e esta subserviência em relação a Venezuela.

Não coaduno com muitas das iniciativas do presidente Lula, pois, a mim me parecem de agenda própria sua e de seu partido, que na verdade é ele. Sem Lula o PT cai de maduro. Mas creio que ele chegou onde chegou por sua própria cabeça. Ninguém a fez. Ele sabe como dominar as massas. Diria até que tem um bom jogo de cintura político. Goza hoje de algum respeito internacional, não como ele acha e muito menos como sua assessoria de propaganda, propaga. Mas têm.

Mudou o visual, pois, quer – como sempre quis - se integrar naquela área que sempre criticou, mas que sempre invejou. Tem bom acesso hoje aos industriais e banqueiros, sendo estes últimos os que mais ganharam dinheiro em sua gestão. Ora bolas! Para que então inventar?

Este socialista projeto Bolivariano, num pais onde são os bancos os que mais ganham, não me parece condizente para com o perfil que está sendo desenhado para Brasil na comunidade internacional. Aceitar o Irã como aliado, numa época que o Brasil quer fazer parte do comitê de segurança da ONU – embora eu não saiba muito bem porque - não me pareceu um passo inteligente. Arriscaria a inclusive dizer que foi um passo atrás.

Presidente Lula, continue a pensar por si próprio, pois foi assim que o senhor chegou onde chegou. Continue a distribuir suas sardinhas, pois, é assim que o senhor pode até fazer seu sucessor. Mas afasta-se de Morales, Chávez e Ahmadinejad, pois como diria o filho de um amigo meu, que tem 12 anos, eles não estão com nada.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

DE MÃOSZINHAS DADAS

A IRA CONTRA O IRÃ, ATÉ QUE RIMA...






O que seria em sua opinião a melhor definição um elemento que se acha importante? Acho que várias seriam as opiniões. Eu não acredito que ninguém possa ser mais importante de quem quer que seja. Mas existem sempre aqueles que discordam e tentam provar a sua maneira, a importância que exalam. Outrossim existe um detalhe que destaca o pseudo importante, do resto dos seres humanos: a inacreditável capacidade de pessoas que se julgam importantes não ouvirem aquilo que não querem ouvir. O que na realidade deve ser para eles, a razão de sua pretensa importância.

Velhas raposas da politica brasileira desenvolveram este dom com raro maestria e o exercem com intenso cinismo. Creio que nosso atual presidente, seja o que o mais exerça com perfeição. Mas tudo chega a um fim. E quem assim pensa e assim age, acaba um dia recebendo também a sua conta.

O PT deve ter sido o grande sonho do Presidente Lula. Como no caso de uma criança pobre que se vê presa, de uma hora para a outra em uma casa de chocolates, acaba se lambuzando e com diarreia brava no dia seguinte. É o caso de seu partido, o PT, que hoje governa, dá as cartas e troca figurinhas. Tudo vira pizza, e talvez por isto a primeira dama já tenha conseguido para todos de sua família, passaportes italianos. O pais que inventou a pizza.

Outrossim, tem uma coisa que li, quando ainda muito jovem, que me chamou muita atenção. Se não me engano é de Oscar Wilde, e ele escreveu mais ou menos isto: “quando Deus quer nos castigar, faz com que nossos sonhos se tornem realidade”.

Pois é, meu caro presidente Lula, Deus lhe concedeu viver o seu sonho. Só espero que não seja também um castigo esta sua realidade.

Todos nós deveríamos ter noção de nossos limites. Dias atrás publiquei uma frase do jornalista Roberto Sander que dizia: quanto é inglória a tarefa de conhecer a si mesmo e avaliar a extensão de determinadas escolhas”.

Pois é, acho que o presidente Lula deveria ler com atenção estas duas frases, tanto a de Wilde quanto a de Sander e refletir sobre o assunto. Pois, em algumas situações ele simplesmente anda extrapolando. Extrapolando a procura de que? De um Nobel da paz? De uma presidência na Petrobrás? De uma sucessora que seja sua teleguiada? De uma promoção internacional? Será que não é hora dele voltar s suas origens e viver sua vida. Como a grande maioria dos servidores políticos fazem, depois que abandonam seus cargos, ele deveria se afastar da política. FHC faz hoje aquilo que fazia antes de ser presidente: leciona. Está certo que o presidente Lula, não tem uma atividade operacional e produtiva fora da política há várias décadas. Vive da política. Se tornou político profissional. Mas pode tentar algo, já que dinheiro não parece ser mais o problema seu e muito menos dos seus.

Mas o presidente Lula, está naquele ponto que acha que tudo que colocar o seu dedo, a coisa irá dar certo. Talvez por isto, um dia tenha perdido um. Afirmar que “apóia o direito do Irã a desenvolver energia nuclear para fins pacíficosme induz a pensar que ele não quer ouvir aquilo que não lhe interessa, como toda pessoa que se acha importante, e na verdade não o é. Depois de tudo o que este nanico iraniano disse, acreditar ainda que o Irã quer energia nuclear para fins pacíficos, é pelotudez, como diriam os argentinos. Ou o presidente Lula é um tonto, se faz de tonto ou quer mesmo ver o circo pegar fogo.

Não me espantarei se Evo Morales e Hugo Chávez repitam esta mesma ladainha, pois, em minha opinião são farinha do mesmo saco. Dividem a mesma Biblia. Mas confesso que esperava um pouco mais daquele que tem hoje um apoio popular imenso da massa bolsa família.

O líder iraniano, em diversas oportunidades fez questão de frisar que ele e o presidente Lula são bons amigos. Logo, identificaram-se, naquela história de diz-me com quem andas e eu te direi que és. Problema algum. Agora querer acreditar que quando ele afirma que quer um mundo livre sem armas de destruição em massa”, quando em seu pais não há liberdade para nada, aio é querer fazer de meu ouvido, um pinico.

O presidente Lula tem orelhas avantajadas, é homem do PT desde a sua instituição, logo pode se dar ao luxo de ouvir estas coisas, sem maiores maiores abalos sísmicos, pois, em seu partido piores coisas são ditas e por ele aprovadas.

O encontro com José Sarney não poderia ser melhor. Espelhos de uma mesma farsa. Disse O ILUSTRE CONVIDADO DO GOVERNO BRASILEIRO, que seguirá para a Venezuela e Bolívia, segundo ele, seus únicos aliados, junto ao Brasil, na América latina. Senhores e senhoras, descobri que somos aliados do Irã. Logo, postamo-nos no bloco contrário aos EUA, Alemanha, França, Inglaterra, etc... Isto não é democracia é burrice crassa.


Senhoras, cuidado, pois neste nosso aliado, as mulheres não tem vez.


BOM ASSUNTO PARA SE FALAR NO DIA DO THANKSGIVING, NÃO?




quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A VERDADEIRA FACE DE UM SUBDESENVOLVIMENTO

O PARAFUSO OU O TAPETE

 Evelson de Freitas


A mais produtiva fábrica estabilizada no Oriente, um dia deixou de funcionar. De um momento para outro, simplesmente pifou. O CEO da mesma, dentro de sua alta capacidade de resolver problemas, os mais cabeludos existentes, mandou imediatamente vir aquele que a havia construído e apavorou-se com o fato do mesmo não ter conseguido fazê-la voltar a funcionar. Assim como os dez engenheiros mas bem dotados do mundo, intimados  nas semanas subseqüentes, também não o terem conseguido. Terrível constatação.

Inanimado, como a própria fábrica que dirigia, estupefou-se com o palpite dado por um varredor, que vendo seu cruciante desespero, instruiu-o a chamar seu compadre que era brasileiro, eletricista e que se transferira para a China a dois meses.

“Um eletricista?” perguntou com total desdem próprio daqueles que não estão acostumados a ouvir aquilo que não querem. "E ainda por cima brasileiro?" completou incrédulo.

O humilde varredor concordou com a cabeça. O CEO deu uma gargalhada e voltou a pesquisar outros nomes em sua lista de opções. Mas após outras infrutíferas tentativas, que foram de cientistas a mecânicos especializados, finalmente rendeu-se a sua total impotência e pediu que o compadre do varredor viesse dar uma olhadinha sem compromisso.

O velho homem, sem tocar em nada andou por toda a fábrica por horas e examinou cada palmo daquele velho edifício com assoberbada diligência, até que estancou a frente de um parafuso. Depois de mirá-lo por segundos, pegou em seu bolso a velha companheira chafe de fenda e apertou o parafuso. Como por milagre tudo voltou a funcionar.

Feliz com o resultado o CEO, convidou o compadre do varredor a comparecer em sua suntuosa sala e perguntou quanto ele cobraria por seus serviços com o cheque já aberto a sua frente e a mão gorda segurando a caneta de ouro que ganhara por bom serviços, do grupo que detinha a propriedade da fábrica. O compadre, coçou a cabeça, fez alguns ruídos com sua boca e depois de refletir, mandou a queima roupa; “US$ 10 milhões está de bom tamanho”.

“Dez milhões para apertar UM parafuso?” reclamou o CEO, estupefato e agora gotejando por todos os seus poros.

“Desculpe-me, mas eu não apertei UM parafuso. Eu apertei O parafuso. E o senhor pode fazer o cheque nominativo a Eriberto Damaceno da Silva”.

Apertar O parafuso é muito diferente de apertar UM parafuso.

Infelizmente existem muitos parafusos a serem apertados no Brasil. Sejamos honestos. A atual gestão apertou alguns, não muitos, mas pelo menos alguns. Principalmente aqueles que chamam maior atenção e com especial ênfase àqueles que rendem  um bom número de votos.

Mas nos itens educação e segurança, alguma coisa foi feita? O mínimo a se exigir seriam respostas tais como: Qual foram os investimentos? Qual seriam os resultados? O que mais teria que ser feito?

Me lembro do tempo que quando o presidente Lula era oposição, criticava as viagens de seu predecessor. Hoje o que FHC viajou é fichinha, perto do que ele viajou e ainda pretende viajar. Afinal a melhor maneira de não ter que resolver problemas é se afastar dos mesmos. Outrossim, o que realmente me preocupa é um e-mail que recebi de um amigo intitulado Qual é a diferença entre essas duas imagens?


Pete Souza, fotografo da Casa Branca


Na reunião do presidente dos EUA, várias pessoas - Obama inclusive - usam canetas esferográficas ordinárias. À mesa, garrafinhas de plástico com água. Algumas pessoas têm à sua frente aqueles indefectíveis copos de papelão tampados. Há assessores com latinhas de refrigerantes, sem copo. Em resumo, nada daqueles garçons com paletós brancos servindo cafezinho e água em louça personalizada como ocorre em toda a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.


Na segunda foto, a imagem é auto explicativa. A cena estapafúrdia parece ter saído de um livro de realismo fantástico escrito por Gabriel García Márquez. Um tapete vermelho para o presidente naquele ambiente chega a ser ofensivo. Em resumo, a forma como o poder é tratado e se apresenta é um traço um traço marcante do caráter e do estado de espírito de um país.

* Detalhe nessa visita de Lula no sertão de Pernambuco para visitar (fazer campanha) as obras do “sepultamento do Rio São Francisco”, foram gastos mais de  R$ 1milhão de reais para que o “ Sr. Lula”  pudesse dormir  no canteiro de obras, com seus “aspones”.

Como pode ser notado, existem vários parafusos que se devem ser apertados em todo e qualquer governo. O único problema é que no Brasil, fazemos nossos parafusos e principalmente os tapetes mais caros que a realidade, para de alguma forma tentar apagar a imagem de subdesenvolvimento que vivemos, mas que nosso presidente prefere não levar em conta.


Por favor, menos frescura e mais objetividade presidente Lula.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TALVEZ ALEXANDRE DUMAS NÃO PUDESSE FAZER MELHOR.





OS TRÊS MOSQUETEIROS,
QUE NA VERDADE SEMPRE FORAM QUATRO?








Seria uma simples coincidência Mahmoud Ahmadinejad, vir a América do Sul, quando o mundo o isola, o renega, o execra, para se encontrar apenas com três  presidentes? E estes referidos presidentes serem Evo Morales, Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chavez?  Os três mosqueteiros que na verdade são quatro. Talvez Alexandre Dumas não pudesse fazer melhor.

Minha vó Adelina sempre dizia que: “boi preto procura boi preto”. Nunca acreditei, mas agora, chego até a pensar que o outro ditado que ela dizia, neste caso possa ser real: “diz-me com quem andas e eu te direi quem és!”

Isto são coisas de vó, mas que com o passar do tempo, demonstram ser sábias e eternas. Todavia, você tem que ter a vó certa...

O que ganhamos com a vinda do homem forte do Irã? Maior congraçamento comercial? O que o Irã representa em nossa balança comercial em comparação a outros países, como os que estão criando sanções financeiras contra ele? Seria inteligente colocar a mão nesta cumbuca?

Respeito o nosso presidente, embora não coadune com a sua política eleitoreira. Ele tem a bolsa mais cara do mundo, a família, que é mais cara que um Louis Vitton ou uma Prada. Mas há de se convir que o Brasil está melhor que estava. Não por ele. Mas sim por um processo natural que se iniciou na administração FHC e que teve seqüência. Logo ele é parte do processo. Não o pai do processo como gosta de deixar claro em seus discursos dissonantes aos ouvidos do Aurélio.

O presidente Lula é um sobrevivente. E como tal faz coisas que não são esperadas e sobrevive a elas por sua formação. Lembro que Jânio Quadros assinou seu atestado de óbito quando deu a Che Guevara a nossa maior condecoração. Espero que nosso presidente não faça o mesmo. Jánio estava maduro para cair, mas era necessário um pingo a mais de água. O mesmo pode-se de dizer de Jango Goulart, quando bisonhamente apoiou e participou daquele comício com os sargentos. Apoiar sargentos em pais de terceiro mundo é sinônimo de ofender generais. E quem assumiu o pais depois de sua queda? Não foram os sargentos...

Lula não está maduro. Nem para cair, nem para ser o estadista que pensa ser. Fala em um jogo de futebol entre Israel e Irã, como se isto pudesse solucionar um problema que vem de muitas décadas entre civilizações de netos que viram seus avós mutilarem-se. Quantos Bin Ladens estão agora com doze ou treze anos?

Custa-me pensar, que o presidente Lula ache que o que o Irã está fazendo em seu programa nuclear seja para fins apenas de seu próprio desenvolvimento. E isto dito da mesma boca que foi capaz de afirmar que não houve holocausto e que Israel deveria ser extirpado do mundo. Não sou judeu, e reprovo muitas das ações judaicas, tenho amigos e clientes judeus e árabes, que respeito pela lisura com que ambos trabalham e exprimem sua opinião. Acho este conflito absurdo. Mas deixar que o Irã, e mesmo a Coréia do Norte, esta chefiada por um presidente cujo hobby maior é colecionar soldadinhos de chumbo, possam ter controle nuclear, me parece um absurdo ainda maior.

Mesmo nosso presidente há de aceitar este fato, mesmo sabendo que poderia perder meia dúzia de votos, que deixar o Irã ter uma bomba nuclear é como dar uma metralhadora já engatilhada a um menino de 5 anos. Algo de muito ruim poderá acontecer.

Votos para o presidente Lula, são como Deus para os cristãos e Allah para os mulçulmanos. Todavia, para quem escolhe a ministra Dilma para ministra e agora para lhe suceder, tudo me parece ser possível.

Em países como os Estados Unidos, para se soltar uma bomba, como as de Hiroshima e Nagasaki, existe todo um processo burocrático até que um dedo processe a ordem. Existe congresso, senado, presidência e acima de tudo, opinião pública. Em países como o Irã e a Coréia do Norte, basta apenas o dedo. E dedos como os destes dois dirigentes, e de Evo Morales e Hugo Chávez, agem sem pensar.

Juro que não gostaria de ter o meu  presidente – fosse ele quem fosse - associado a estes quatro homens. Mas parece que o presidente Lula não é da mesma opinião. Intitulou os dois sul-americanos citados como as coisas mais importantes que aconteceram na America do sul – o que para mim é uma piada de mal gosto - e recebeu ontem aquele que o mundo renega – o que me pareceu um ato diplomaticamente incorreto.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A IMPORTÂNCIA DO LOCUTORES DE RÁDIO

GOOOOOOL !!!!!
QUE SAUDADES DO ARI!






Enquanto Adolpho Hitler recebia uma cipoáda nas cercanias de Stalinsgrado, o Flamengo da temporada de 1943 exalava superioridade. Na terra e na lagoa ele simplesmente, batia a tudo e a todos. Moral da história: imperou. FOI O TRICAMPEÃO DE 1942-1942-1944, fato ete, que o fez tornar-se o mais querido do Brasil e a maior torcida brasileira neste referido esporte.

Eu nem havia nascido, mas como tudo que se refere ao Flamengo me interessa pesquisei. Aliás, eu também não havia nascido quando Brutos esfaqueou a Julius César e Wellington acabou com o coreto de Napoleão. Mas a gente lê, guarda e um dia comenta. Mas voltemos as vésperas de nossa participação na II Guerra Mundial.

O povo brasileiro exigia que o governo tomasse uma atitude contra o eixo. Vargas se mantinha em cima do muro, faturando dos dois lados, como um bom politico costuma fazer em situações como estas. Nada tínhamos a ganhar ou perder com uma participação corporal naquela guerra. Ela acontecia do outro lado do mundo.  Ela envolvia valores que nada nos diziam.

Outrossim, Vargas estava entre a cruz e a espada. De um lado Eurico Gaspar Dutra, ministro da guerra e Góis Monteiro, chefe do Estado maior do Exército tentavam convencer ao velho ditador que devíamos nos alinhar com a Alemanha de Hitler. Enquanto o ministro Oswaldo Aranha, tentava trazer Vargas para o lado dos norte-americanos, apresentando-lhe todas as vantagens comerciais que o Brasil poderia ter. Vargas, mantinha-se em cima do muro. Flertava com ambos os lados e tirava proveito da situação até onde pode. Na verdade o bloqueio exercido pelos ingleses fez com que as relações brasileiras com a Alemanha cessassem de uma vez por todas. Isto deixou o relacionamento comercial com os Estados Unidos como única opção, o que propiciou a Roosevelt de encurralar Vargas contra a parede de uma forma requintada. Desenhou para o Brasil a possibilidade de um surto de forte industrialização. Vargas, sem outra opção, aceitou a ideia. E de troca em troca de favores entre ambos os países, Vargas montou no Brasil a primeira Siderúrgica Nacional, a CSN, a Vale do Rio Doce, a Fábrica Nacional de motores e o BNDE. Este foi o preço de nossa participação na guerra.

Ademais, a pressão de nosso povo foi enorme. Multidão não raciocina. Age sem pensar. Os Bares Rhenania, Berlim e Zepellin, todos no Rio de Janeiro, então capital da República, foram depredados por hordas de exasperados. O João Saldanha, um dia na praia do Castelinho, me confessou que fez parte destas hordas. Era comunista e queria a queda dos alemães, por razões óbvias.


Os dois primeiros bares mudaram de nome. Um passou a se chamar Jandageiros, por causa da rua onde estava localizado. E outro Bar da Lagoa, já que estava em frente a mesma. A mudança de nome facilitou suas respectivas sobrevivências. A coisa igualmente pegou em relação aos times de futebol. Em Setembro de 1942, por unanimidade a Sociedade Esportiva Palestra, aprovou a mudança de nome para Palmeiras, bem como a troca da cor azul que representava a azzura para o verde de um Brasil varonil. O Cruzeiro, de Belo Horizonte, manteve a cor, mas deixou de lado o nome de Palestra Itália Mineiro e passou a referendar-se com a constelação que tanto representava o Brasil. Adequações necessárias para conter com a ira dos ante eixo.

A guerra nos facilitou sediar a Copa de 1950. A Europa estava destruída. A maioria dos países com suas finanças arrasadas. Os Estados Unidos, aqueles que mais lucraram financeiramente com a guerra, sequer tinham consciência do que era um futebol jogado com os pés. O Uruguai já tinha sediado uma Copa em 1930, como premiação de terem sido bi campeões olímpicos em 1924 e 1928 e a Argentina não estava bem vista, pois, sua neutralidade fora gritantemente pró nazista. Logo, sobrou o Brasil.

Lembrem-se, que o Brasil não era ainda uma potencia futebolística. Éramos saco de pancada dos argentinos e tínhamos dificuldade de ganhar do Uruguai. Garrincha ainda era jogador do Pau Grande. Nilton santos jogava na Várzea e Pele era ainda um guri. O Futebol, na década de 40, a era Zizinho, era menos popular que o turfe e o box. O rádio, introduzido oficialmente em nossa sociedade em 1922, exatamente no dia de nossa independência, com um enfadonho discurso do presidente então em exercício Epitácio Pessoa, passou a ser a ligação entre o povo e os jogos, já que eram poucos aqueles que atendiam aos estádios. Gagliano Neto, Oduvaldo Cozzi, Raul Longras, Rebelo Júnior que na verdade era narrador de corridas de cavalos, Luiz Mendes e o saudoso Ari Barroso e sua gaitinha, passaram a fazer parte do dia a dia do cidadão brasileiro, estivesse ele onde estivesse. Foram eles que popularizaram o futebol, e o transformaram em um esporte de massa, com seus refrões, bordões, metáforas, imaginações e formas de comemorar o goal.

A estes homens e a outros que minha já cansada memória deve ter omitido de minha lembrança, devemos o que hoje somos: uma nação futebolística de primeiro mundo. A nação do gooooooooooal!


Enquanto Adolpho Hitler recebia uma cipoáda nas cercanias de Stalinsgrado, o Flamengo da temporada de 1943 exalava superioridade. Na terra e na lagoa ele simplesmente, batia a tudo e a todos. Moral da história: imperou. FOI O TRICAMPEÃO DE 1942-1942-1944, fato ete, que o fez tornar-se o mais querido do Brasil e a maior torcida brasileira neste referido esporte.

Eu nem havia nascido, mas como tudo que se refere ao Flamengo me interessa pesquisei. Aliás, eu também não havia nascido quando Brutos esfaqueou a Julius César e Wellington acabou com o coreto de Napoleão. Mas a gente lê, guarda e um dia comenta. Mas voltemos as vésperas de nossa participação na II Guerra Mundial.

O povo brasileiro exigia que o governo tomasse uma atitude contra o eixo. Vargas se mantinha em cima do muro, faturando dos dois lados, como um bom politico costuma fazer em situações como estas. Nada tínhamos a ganhar ou perder com uma participação corporal naquela guerra. Ela acontecia do outro lado do mundo.  Ela envolvia valores que nada nos diziam.

Outrossim, Vargas estava entre a cruz e a espada. De um lado Eurico Gaspar Dutra, ministro da guerra e Góis Monteiro, chefe do Estado maior do Exército tentavam convencer ao velho ditador que devíamos nos alinhar com a Alemanha de Hitler. Enquanto o ministro Oswaldo Aranha, tentava trazer Vargas para o lado dos norte-americanos, apresentando-lhe todas as vantagens comerciais que o Brasil poderia ter. Vargas, mantinha-se em cima do muro. Flertava com ambos os lados e tirava proveito da situação até onde pode. Na verdade o bloqueio exercido pelos ingleses fez com que as relações brasileiras com a Alemanha cessassem de uma vez por todas. Isto deixou o relacionamento comercial com os Estados Unidos como única opção, o que propiciou a Roosevelt de encurralar Vargas contra a parede de uma forma requintada. Desenhou para o Brasil a possibilidade de um surto de forte industrialização. Vargas, sem outra opção, aceitou a ideia. E de troca em troca de favores entre ambos os países, Vargas montou no Brasil a primeira Siderúrgica Nacional, a CSN, a Vale do Rio Doce, a Fábrica Nacional de motores e o BNDE. Este foi o preço de nossa participação na guerra.

Ademais, a pressão de nosso povo foi enorme. Multidão não raciocina. Age sem pensar. Os Bares Rhenania, Berlim e Zepellin, todos no Rio de Janeiro, então capital da República, foram depredados por hordas de exasperados. O João Saldanha, um dia na praia do Castelinho, me confessou que fez parte destas hordas. Era comunista e queria a queda dos alemães, por razões óbvias.

Os dois primeiros bares mudaram de nome. Um passou a se chamar Jandageiros, por causa da rua onde estava localizado. E outro Bar da Lagoa, já que estava em frente a mesma. A mudança de nome facilitou suas respectivas sobrevivências. A coisa igualmente pegou em relação aos times de futebol. Em Setembro de 1942, por unanimidade a Sociedade Esportiva Palestra, aprovou a mudança de nome para Palmeiras, bem como a troca da cor azul que representava a azzura para o verde de um Brasil varonil. O Cruzeiro, de Belo Horizonte, manteve a cor, mas deixou de lado o nome de Palestra Itália Mineiro e passou a referendar-se com a constelação que tanto representava o Brasil. Adequações necessárias para conter com a ira dos ante eixo.

A guerra nos facilitou sediar a Copa de 1950. A Europa estava destruída. A maioria dos países com suas finanças arrasadas. Os Estados Unidos, aqueles que mais lucraram financeiramente com a guerra, sequer tinham consciência do que era um futebol jogado com os pés. O Uruguai já tinha sediado uma Copa em 1930, como premiação de terem sido bi campeões olímpicos em 1924 e 1928 e a Argentina não estava bem vista, pois, sua neutralidade fora gritantemente pró nazista. Logo, sobrou o Brasil.


Lembrem-se, que o Brasil não era ainda uma potencia futebolística. Éramos saco de pancada dos argentinos e tínhamos dificuldade de ganhar do Uruguai. Garrincha ainda era jogador do Pau Grande. Nilton santos jogava na Várzea e Pele era ainda um guri. O Futebol, na década de 40, a era Zizinho, era menos popular que o turfe e o box. O rádio, introduzido oficialmente em nossa sociedade em 1922, exatamente no dia de nossa independência, com um enfadonho discurso do presidente então em exercício Epitácio Pessoa, passou a ser a ligação entre o povo e os jogos, já que eram poucos aqueles que atendiam aos estádios. Gagliano Neto, Oduvaldo Cozzi, Raul Longras, Rebelo Júnior que na verdade era narrador de corridas de cavalos, Luiz Mendes e o saudoso Ari Barroso e sua gaitinha, passaram a fazer parte do dia a dia do cidadão brasileiro, estivesse ele onde estivesse. Foram eles que popularizaram o futebol, e o transformaram em um esporte de massa, com seus refrões, bordões, metáforas, imaginações e formas de comemorar o goal.

A estes homens e a outros que minha já cansada memória deve ter omitido de minha lembrança, devemos o que hoje somos: uma nação futebolística de primeiro mundo. A nação do gooooooooooal!



domingo, 22 de novembro de 2009

COMO PERDEMOS UMA COPA EM 1950

Vira latas, seguidores de bandas e 
paradas de sete de Setembro.






Esta semana o último protagonista do desastre de 50, morreu vitima de sua precária saúde e de seu estado de empobrecimento. Triste realidade

Meses atrás, vi uma cara estufar o peito e bramir qual um Atila, após uma conquista de uma nova cidade: tenho orgulho de ser brasileiro”.  Evidentemente que o Brasil, acabara de golear a Argentina de Maradoninha. São exatamente nestas horas, que milhões de brasileiros se sentem genuinamente brasileiros e exalam toda a paixão contida. Infelizmente, na segunda-feira, voltam a realidade de seus salários mínimos e maldizem sua própria existências.

Ótimo para aquele que possa bramir este ato de puro nacionalismo. Pois, os ingleses igualmente assim o pensam, como os norte-americanos, os japoneses e os franceses. Cada um ama, o pais em que nasceu, cresceu e se fez como ser humano. Logo, ter orgulho de ser brasileiro, não é uma virtude e sim uma obrigação.

Mas houve época, que segundo o dramaturgo Nelson Rodrigues, agíamos como vira latas, seguidores de bandas e paradas de sete de Setembro. Aceitávamos a derrota com a doce e cândida expressão de um bem-te-vi. E o que aconteceu no Maracanã, naquela trágica tarde de 16 de Julho de 1950, é o mais eloquente exemplo daquele nosso estado de espírito.

Sambamos na azul celeste e de cabeça baixa, deixamos de ganhar o titulo que nos era merecido, dentro de nossa própria casa e ajudados por mais de 200,000 torcedores presentes ao maior estádio do mundo. Foi o maior silêncio até hoje ouvido, segundo meu pai e a frase do ex-seminarista, jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, sobre o resultado da peleja, por si só define, o estado de espírito de todos:

“Deixei de acreditar em Deus quando vi o Brasil perder a Copa do Mundo no Maracanã.

O estádio em si, reforçava o imenso sentimento de brasilidade que os presentes naquela tarde traziam incrustados no fundo de suas almas. Era um exemplo gigantesco em concreto e ferro do que poderíamos ser capazes de construir, dali por diante. Venceríamos, pela primeira vez, algo. Algo de real relevo.  Algo que seria respeitado pelo resto do Universo. Mesmo em se tratando de uma Copa esvaziada, sem presença de argentinos, alemães e italianos. Todavia, não se iludam, não foi Obdúlio Varela, ou Alcides Gigghia que decretaram a nossa derrota. Foi sim, aquele nosso eterno defeito de cantar a vitória antes da hora, que na verdade, nos levou ao cadafalso.

Aquela vontade de faturar em cima do sucesso alheio que tanto caracteriza nossos políticos. O candidato a presidência Cristiano Machado, a velha raposa Adhemar de Barros  foram cumprimentar os jogadores em São Januário, na manhã da disputa e teceram discursos infindáveis. O Maluf, só não os acompanhou, porque naquela época era ainda muito pequenino. E o Lula nem nascido acredito que o era.

Dizem as más línguas, que a ordem do técnico Flávio Costa era de se jogar com extrema lisura, sem jogadas ríspidas. Aquele nosso eterno complexo de terceiro mundo. Queríamos demonstrar uma imagem civilizada, em uma guerra. Puro trauma de sociedades que se sentem inferiores. Moral perdemos o jogo, a moral e a guerra. E voltamos ao estágio de vira latas seguidores de bandas e paradas de sete de Setembro.


Bastava um empate. Um mísero empatezinho, mixuruca, sem graça, apenas necessário.... Chegamos ao meio do segundo tempo com uma vantagem de 1x0, mas nada disto foi suficiente. Estávamos fadados a entregar o ouro de mão beijada. Ao primeiro gol de Schiaffino, afinamos dentro de campo e na arquibancada. E esperamos pela degola, que não tardou a acontecer naquele chute cruzado de Gigghia.

Fim do sonho, reinicio de uma realidade. Éramos uns perdedores de carteirinha.

Perdemos aquela guerra, como o Reich de cem anos e que não durou mais do que década, o havia feito seis anos antes, pelo mesmo excesso de otimísmo. Enfrentamos o Uruguai, com a Alemanha a Rússia, achando que iríamos decidir a questão a nosso favor, a qualquer momento. Era a vontade divina, que nos fizera já campeões. Ledo engano.

Roberto Sander escreveu: “quanto é inglória a tarefa de conhecer a si mesmo e avaliar a extensão de determinadas escolhas”. Pois, tenham em mente que naquele 16 de Julho conhecemo-nos a nós mesmos. Ou melhor, descobrimos aquilo que sempre fomos, vira latas seguidores de bandas e de paradas de sete de Setembro.

Garrincha e Pele transformaram o vira lata em um dobermann, ganhamos 5 copas, mas nesta última. Perdemos uma disputa na Espanha, por excesso de zelo e aquela subdesenvolvida mania do fairplay em uma guerra: com sua devida vênia, posso lhe tomar a bola”.

E nesta última, recém disputada, com quadrados mágicos mirabolantes e sapatos altos que afundaram seus saltos na grama.

Somos o que somos. Mas vamos ver se ganhamos esta próxima Copa, como cachorros ferozes a roer qualquer tipo de osso.