segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O VIRUS DA GRIPE NA INTERNET


O VIRUS DA GRIPE NA INTERNET
Cada dia as gripes estão vindo mais atrozes.
Antes a gente as curava com vitamina C e cama.
Hoje você tem se submeter a uma bateria de antibióticos,
que para mim não são mais do que fortificantes
do próximo vírus a surgir no pedaço.

O medo era da AIDS parecia ser a assombração do momento. Hoje qualquer gripe ceifa a vida de centenas de indivíduos em menos de uma semana. Elas podem ser suínas, bovinas o nome que inventarem. Ela pode vir do México, do Japão ou mesmo da Escandinávia. Teme-se que com a sempre melhora da tecnologia, elas possam vir via internet. Você abre o seu face book e depara com o vírus sorrindo para você e dizendo: te peguei!

Lembro-me com saudosismo de minhas gripes de criança, que me livravam de ter que ir as aulas. A gente ficava em casa, no bem bom, deitado a ver os desenhos animados no Mickey, do Pateta e do Tom e Jerry. Não haviam jogos eletrônicos para destruir cidades, planetas e todos os seres humanos. Destruir apenas nossos brinquedos e quando algum tio depravado o presenteava no natal com o Pequeno Químico.

Pensando nisto lembro-me de Fernando Sabino que afirmava: Porque o sinto teimosamente presente, integrado em meu escasso mundo de lembranças. Porque continua a minha sombra em outra parte ou sou a sombra de um teimoso ausente.

Porque a gripe, dentro daquele quadro antigo de doenças juvenis, é a que nos acompanha por toda a vida. Sarampo, catapora, caxumba, enxame de piolhos são hoje apenas lembranças. Gripe não. Ela é a companheira de sempre. Aquela que quando menos se espera, volta e instala-se em seu corpo, como um parente que você não gostaria mais de ter recebido.

Resumindo, ficar doente é uma mala sem alça. Mas não é só ai no Brasil não. Ficar doente nos Estados Unidos está se tornando um problema. Principalmente para os chamados ilegais. Não que aqui existam aqueles problemas tão bem conhecidos por nós no Brasil, onde as pessoas morrem nos corredores hospitalares sem serem atendidas. Aqui nos Estados Unidos o problema é outro. Aqui você não passa nem do hall da emergência. Morre na rua, se não tiver o cartão de seu seguro médico. Atentem para os números que vos passo a seguir.

O St. Joseph's Hospital de Phoenix mandou 96 estrangeiros ilegais de volta a seus respectivos países. Em Fort Lauderdale, o Broward General medical Center repatria de 6 a 8 pacientes a cada ano. De Chicago, 10 retornaram para Honduras. Mais de 300 mexicanos dos hospitais de San Diego foram obrigados a seguir para o sul do continente. E isto são os números que nós tomamos conhecimento. O cerco está cada vez maior. Nas estradas, nas fronteiras e agora nos hospitais. Adoecimento é sinônimo de expatriamento”.

Pelo menos, quando não terminais, os pacientes são mandados a seus países de origem. Com passagens pagas pelo governo norte-americano. O que não deixa de ser um conforto. No Brasil eles são diretamente mandados para o céu...

A desculpa dos hospitais dos EUA é a de sempre. Um leito ocupado por um ilegal pode estar sendo retirado de um cidadão norte-americano que paga seus impostos. Pagar impostos. Esta é a lei básica por aqui. Al Capone matou centenas de pessoas, mas só foi para cadeia por ter sonegado seus impostos. Lembrem-se disto!

Mas este país não cessa de trazer surpresas. Novidade proposta para as linhas aéreas dos Estados Unidos. Agora, nas viagens aéreas nacionais, o copo de água custará US$ 2,00. Qualquer dia vão cobrar o ar que respiramos...que diga-se de passagem não é reciclado como antigamente, por medida de economia. Alguém entra resfriado em New York e todos saem da aeronave tossindo em Los Angeles.

Não estou defendendo o sistema norte-americano de saúde. Ele é muito inferior ao britânico e infinitamente em relação ao sueco. Mas guardadas as devidas proporções, ainda superior ao nosso. E custa igualmente caro aos bolsos do governo. Aqui de seis habitantes, um não tem cobertura médica, o que coloca em risco todo o sistema. A iniciativa do presidente Obama é mais do que válida, embora nenhum americano goste de qualquer tipo de imposição. Teria que ser obrigatório a adesão de todos ao sistema. Desta forma, o custo do mesmo baratearia. Com mais jovens no sistema, viabilizar-se-ia assim a manutenção de mais velhos dentro do mesmo. E não seriam, como agora, rejeitados e abandonados à sua própria sorte.

Aliás, sorte é a única coisa que podemos contar no sistema de saúde brasileiro...
albatrozusa@yahoo.com

domingo, 30 de agosto de 2009

A ARTE DE NÃO LER E MUITO MENOS ESCREVER



A ARTE DE NÃO LER E MUITO MENOS ESCREVER

Não me levou muito tempo para figurar aquilo que eu era, 
o que poderia ser e como chegaria a transformar meus sonhos em realidade. 
Não porque eu fosse dotado de um talento especial, 
mas pelo simples fato de ter pleno conhecimento de minhas limitações.

Senti de cara que não seria um músico famoso, nem sequer um esportista consagrado. Minha professora de piano deixou isto bastante claro como também minhas incursões no futebol, ténis voleibol e Jiu-Jitsu objetivaram que eu poderia sobreviver, mas nunca luzir. O pavor da constatação de uma gota de sangue por sua vez inviabilizava a medicina e uma carreira policial. A  falta de sociabilidade o comércio, a eterna vergonha na cara, de ser politico, a falta de tato de ser um RP, a  incompatibilidade pelo calculo, de ser um engenheiro, o compromisso com a verdade de ser advogado, a total inabilidade manual de me transformar num pintor, escultor, desenhista ou mesmo massagista. E assim por diante.

Desfolhando a margarida, poucas opções me sobraram, entre elas o jornalismo e a arquitetura. Meu pai não gostou. Para ele, homem que cresceu no trabalho, jornalismo era sinonimo de pobreza e arquitetura coisa de veado. Decoração de interiores nem pensar. Era coisa de veado desvairado!

Mas quando se é jovem, a primeira coisa que o incita na vida é discordar de seus pai. Ele era Vasco, logo fui torcer pelo Flamengo. Assim sendo entrei na Universidade Santa Úrsula de Arquitetura, exatamente na época que o simples fato de ser estudante já o fazia um inimigo potencial aos olhos do presidente Medici. Estranho nome este. De um despotismo acerbado durante toda a história da humanidade...

Sobrevivi a revolução, pois minha apatia para com a politica serviu de antídoto à insanidade reinante. Mas a vontade de ler e escrever nunca se afastaram de minha forma de ser. Compartilharam minha existência até aqui e creio que seguirão meu destino até os dias finais do mesmo. Que espero que não estejam tão próximos.

Li de tudo. De Iben a Jorge Amado. De Balzac a Nelson Rodrigues. De Rimbauld a Rubem Fonseca. E o resultado? Tudo que um ser humano dotado de um QI acima de símio, possa realmente imaginar. Impressionei-me, escandalizei-me, emocionei-me, exasperei-me, apaixonei-me, diverti-me, discordei, concordei, abandonei, me tornei escravo, chorei, ri e o mais importante de tudo, aprendi a respeitar a opinião e a maneira de ser de todo e qualquer ser humano.

Ai, ouro dia em uma palestra, foi-me perguntado qual foi o livro de autor brasileiro que mais havia me cativado. Perguntazinha capciosa. Seria como tentar quantificar qual a dor que mais o afligiu, ou o beijo que mais lhe trouxe prazer. Tem certas coisas que não se quantificam ou qualificam. Entre elas a literatura.

Mas apertado, respondi a pergunta: A Crônica da Casa Assassinada de Lúcio Cardoso.
Só então neste momento tomei conhecimento que este fora o livro da literatura nacional que mais me impressionara, tal a sua textura e forma de apresentação. Leitura difícil, mas prazerosa. Prende a atenção e o faz ficar ligado pela forma pela qual é descrito. Desde  montagem do personagens, até a forma como eles vão se inserindo em um contexto que inicia de seu fim e chega ao começo.

Sempre tento imaginar o que o escritor tem em mente quando escreveu aquilo que estou lendo. Neste livro, não consigo imaginar, pois, ele é escrito de uma forma distinta dos demais. Como a obra de um pedreiro, colocando tijolo sobre tijolo, sem conhecer a planta final do projeto que está construindo. Para mim trata-se de um obra de arte. A descrição dos sentimentos de cada personagem é uma viagem ao intrínseco âmago de cada um. Um livro que todos deveriam ler e meditar. Para mim, habita minha cabeceira.

Quando escrevi O SUBMARINO DA LAGOA RODRIGO DE FREITAS procurei, criá-lo colocando tijolo por tijolo sem um projeto definido. O livro foi fluindo, esgueirando-se e encontrando seu próprio caminho. Foi uma tarefa árdua, pois, minha formação de arquiteto bramia por uma linha de ação determinada. E foi o que nunca aconteceu.

Acho que ler é um hábito que se adquire e um requinte que enobrece a todos. Pena que como Chico Anysio descreveu no prefácio de meu livro, muitas obras estão destinadas ao esquecimento nas prateleiras. Somos um povo que lê pouco, escreve menos ainda, mas fala muito, principalmente por falar ser de graça e não dar muito trabalho as cordas vocais.

Não quero puxar a sardinha para a minha brasa. Mas a literatura brasileira é a meu ver riquíssima. Paupérrimos, infelizmente, são aqueles que se dedicam a ela.
albatrozusa@yahoo.com 

sábado, 29 de agosto de 2009

UM PARAÍSO ILUMINADO, ABENÇOADO, MAS ABANDONADO...

Um paraíso iluminado, abençoado,
mas abandonado...

Numa troca de idéias no Facebook, deparei com esta válida afirmativa de Stela de Albuquerque: Todo lugar no mundo existe luz e trevas ...
O importante são os seres que habitam, estes espaços!
O Brasil é uma terra Iluminada e abençoada.

Imediatamente respondi a ela desta forma: Stela, Adoro o Brasil. Vivi aí até 1987. Mas hoje gosto mais de visitar. Como você mesmo disse, são os seres que habitam. Ai me lembro do Jânio, dos presidentes militares, do Sarney, do Collor, do Lula... haja espaço...

Pois é a insanidade política no Brasil vem de longe. Omiti outros de similar insanidade. Afinal, desde Dom Pedro I, passando pelo domínio político café com leite (São Paulo-Minas Gerais) na primeira republica, Getulio Vargas até o Marechal Dutra, foi um desatino constante... espera aí, o Dutra foi dose!

Dutra foi aquele que veio com a infeliz idéia de acabar com o jogo no Brasil. Diria mais. Diria que esta administração cumpriu com aquilo que prometera, isto é absolutamente nada. Foram anos de fechamento de cassinos, falso pudor em relação a devassidão da Lapa e acima de tudo de importações de materiais após guerra de pouca ou nenhuma utilidade para o mercado brasileiro. Com isto escoaram-se as divisas ganhas durante o conflito mundial e a perda salarial por parte dos trabalhadores ficou difícil de ser reparada. Antes do referido marechal, o Rio de Janeiro era uma cidade de mais de um milhão e meio de habitantes, sendo então a mais populosa do país. E certamente a de maior importância política e social. O dinheiro rolava a rodo pela capital então considerada maravilhosa e os cassinos eram um fator além de turístico significativamente importante no tocante a arrecadação de divisas.

Chamada de a Monte Carlo da América do Sul, a industria do jogo que a movia, era responsável quase 50,000 pessoas em empregos diretos e indiretos. Trocando em miúdos: quase 3% da população da cidade.

Mais de trezentos milhões de cruzeiros 
eram ganhos anualmente com o jogo 
no Distrito Federal e no Estado que o circundava, 
o do Rio de Janeiro.

Não sei o valor disto hoje, já que nosso país passou por diversas moedas, esquecendo-se que ela é, como a bandeira, o hino, o idioma e as leis, um dos símbolos de nossa herança cultural. Outrossim, afirmo que na época era grana para ninguém colocar defeito. Pois bem, envolto no falso manto dos bons costumes e na defesa da família cristã, no último dia do mês de Abril, valendo-se de um forte reportagem do Jornal o Globo sobre o volume de dinheiro que corria por aquelas casas noturnas, Dutra deu o cutelo final e em decreto proibiu o jogo no país.

Muitos foram aqueles que  passaram a exigir a cranioscopia do presidente Dutra, já que ele demonstrava amplos traços de insalubridade mental e não foram poucos os que se rebelaram com sua ações impensadas e destituídas de base política. O fechamento dos cassinos, não arrefeceu o interesse da cidade em esbanjar seu dinheiro em outras plagas ou de seguir os preceitos cristãos. Mas afetou a renda per-capta de um capital.
Hoje continuamos a ter carência de empregos e mais de duas dúzias de tipos de jogos oficializados, que não rendem ao estado, o que os cassinos rendiam. E muito menos empregam o mesmo número de pessoas. Mas a insanidade do ato do marechal nunca foi reparada. E pensar que ele foi um dos seres que habitam, estes espaços...
Mas em um pais que deputado alagoano já pediu pela lei da gravidade, estes seres se proliferam em nosso pais.

Vejam vocês. De repente beber se tornou uma arma mortífera para com a sociedade.  Particularmente, sempre acreditei que exagero, o excesso, sempre pecam mais que a falta. Posso falar isto de alma lavada, pois, não bebo qualquer tipo de álcool. Nem cerveja. Agora confundir um chefe de família que toma um cálice de vinho, com aqueles que entornam litros de whisck, é dose. Estes últimos sim, aumentam as estatísticas de acidentes fatais nas estradas e vias urbanas. Pensar de maneira distinta, isto sim é caso de cegueira. Determina também a solércia do caráter de quem assim se confunde.
Mas existem seres como estes que também habitam nossos espaços...


QUERO DEIXAR CLARO QUE ACEITO O FATO 
QUE BEBER, DIRIGIR E GOVERNAR 
NÃO COADUNAM.

Quando você mora em qualquer lugar, acaba se acostumando com o modus-vivendi. E acredita que tudo que acontece na circunvizinhança é normal. Você não acha que a cidade está suja, que o trânsito não é tão ruim, que cachorro correndo nas areias das praias não traz doenças, que a violência só acontece fora de seu bairro, que nossos políticos não devem ser levados a sério e que o por do sol o faz relevar toda e qualquer  desventura de habitar um paraíso iluminado, abençoado, mas abandonado...
albatrozusa@yahoo.com

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CABRAL SABIA... E COMO SABIA, O MALANDRINHO...



Cabral sabia...
E como sabia, o malandrinho...

Pois é, desculpem o ceticismo, mas eu nunca acreditei naquela história das calmarias, ainda mais que a Índia fica do outro lado do mundo.
Vocês já conferiram no mapa?

É como estar no final do Leblon e decidir ir para Barra da Tijuca optando pelo caminho do centro da cidade. Tinha que ser muito obtuso ou ter um ter um completo desconhecimento das constelações para se chegar ao Brasil, se a ideia verdadeira era ir para as Índias. Cabral não descobriu o Brasil por acaso. Ele sabia exatamente onde estava indo. De bobo ele tinha apenas o lóbulo de sua orelha esquerda.

Desculpem-me a objetividade, mas sempre acreditei em uma coisa chamada corruptibilidade. A corruptibilidade já existentes em nações desenvolvidas dos anos 1500. Eles escreveram a história da forma que melhor lhes convinha. A igreja colaborou muito neste setor também. Poucos eram aqueles, como Henrique VIII, que sabia onde queria chegar. E chegou, a méia dúzia de casamentos,é ao acredito puro sangue inglês, o cavalo de corrida, que muito deve a este monarca. Sim é verdade. Entre um casamento e outro, Henrique VIII consolidou o desenho de um cavalo de corrida. Sim, o cavalo de corrida não nasceu do puro acaso como muitos parecem acreditar. Ele foi estudado, desenhado e testado. Chegou-se a um protótipo, que ao ver dos britânicos mais poderia exercer seu maior poder de aceleração. Determinado os parâmetros físicos, apenas aqueles cavalos que os tinham, poderiam então cruzar e seus filhos fazererem parte de algo que denominaram o Stud Book. os que não eram castrados ou simplesmente eliminados.  Intressante o processo, vocês não acham?

De lá para cá, houve apenas seleção de pedigrees. E estes pedigrees erigiram os melhores cavalos e estes deram vazão as suas respectivas dinastias. Eclipse, Matchen e Herod, os três artífices do cavalo de corrida moderno. Todos os cavalos do mundo, zilhões no momento, descendem destes três fundadores da raça. Meus Deus, como Cabral errei o caminho das Índias... Todavia, como se vê turfe também é cultura. Mas voltemos aos trilhos, ou melhor as tradicionais correntes marítimas.

O homem tem um cacoete biológico. O de tentar descobrir algo novo, nem que seja de novo a pólvora. Mas os verdadeiros cientistas, cientes que não existe nenhum outro tipo distinto de pólvora, preferem dar crédito aos chineses e partem para novas descobertas, muitas vezes tateando no escuro. Tatear no escuro, é o inicio de toda e qualquer pesquisa. Mas ter pleno conhecimento de sua meta, é privilégio de alguns poucos.

Muitas vezes vejo em nosso presidente Lula um novo Cabral. Está sempre a caminho de algum lugar, que não seja seu gabinete de despacho. Talvez esteja a procura de algo, ou quem sabe tentando descobrir o que procurar. Nunca sabe porque as coisas acontecem. Nunca estava presente quando as mutretas começam a feder e assim se mantém blindado por todos os lados. Não viu, não ouviu nem falou. E quando algo de anormal acontece, chama o rebelado a seu escritório e o convence de que haverão dias melhores, se ele ficar exatamente onde está. Nosso doce e irrevogável Mercadante que o diga...

Dizem que Cabral era assim também. Como Lula sabia exatamente onde colocar seus pés na hora em que uma calmaria se fazia presente. Tinha também seu Pêro Vaz de Caminha para dizer o que a corte queria ouvir. Ao invés de cestas básicas distribuía espelhinhos e o povo o adorava. A similaridade é gritante. Pois bem, isto tudo me lembrou um texto genial do Joelmir Beting. Vamos acompanhá-lo com atenção:

Se beber não dirija. Nem governe.



Até aqui, em 40 meses de governo, o presidente Lula já cometeu 102
viagens ao mundo. Ou mais de duas por mês, tal como semana sim, semana
não. Sem contar, ora pois, as até aqui, 283 viagens pelo Brasil.
 Hoje, dia 15, ele completa 382 dias fora do país desde a posse. E pelo
Brasil, no mesmo período, 602 dias fora de Brasília. Total da
itinerância presidencial, caso único no mundo e na História: Exatos
984 dias fora do Palácio, em exatos 1.201 dias de presidência.
 Equivale a 81,9% do seu mandato fora do seu gabinete. Esta é a defesa
da tese de que ele não sabia e nem sabe de nada do que acontece no
 Palácio do Planalto.


Governar ou despachar, nem pensar. 
A ordem é circular.
 A qualquer pretexto.


E sendo aqui deselegante, digo que o presidente não é (nem nunca
foi) chegado ao batente, ao despacho, ao expediente.
Jamais poderá mourejar no gabinete, dez horas por dia, um simpático
mandatário que tem na biografia o nunca ter se sentado à mesa nem
para estudar, que dirá para trabalhar.


E, segundo nosso Joelmir, o povão ainda aplaude e vota.

Afinal o povo que erra unido,
permanece unido.
Pelo menos é assim como vejo as coisas.
albatrozusa@yahoo.com

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

COMO ERA LERDO NOSSO COLOMBO

COMO ERA LERDO NOSSO COLOMBO
Fico imaginando como era monótona
 a vida nos tempos das grandes descobertas.
Sozinhos, incompreendidos, sabedores que tudo estava errado 
e que apenas eles tinham a luz para enxergar
 o que a humanidade precisava...

Hélio Pellegrino não pensava assim. O psicanalista, revolucionário e escritor acreditava que tanto a psicanálise quanto o marxismo sofriam pelos tempos afora, o assedio do reformismo. Para ele Freud foi, fora de dúvida, um dos mais altos gênios que a humanidade já produziu. No fim do século XIX, e nas primeiras décadas do século seguinte, inventou uma ciência revolucionária, um corte epistemológico com respeito a todo conhecimento anterior. Ele foi acima de qualquer coisa, um navegador prodigioso, um Cristovão Colombo da mente que, com embarcações conceituais bastante frágeis, hauridas da ciência do seu tempo, conseguiu aportarem continentes novos. Freud tendo sido um extraordinário navegador, ficou, por assim dizer, limitado pelos recursos cartográficos de sua época. Usou, para formular sua descoberta, os instrumentos epistemológicos que tinha à mão.

Ponho-me a pensar. Quão estranha era a forma como estes descobridores de continentes e dos problemas da mente humana, que tinham para conduzir suas respectivas tarefas.

Creio que Eisntein tenha sido a maior personalidade do século XX. Diria que foi a segundo maior de todos os séculos. Só suplantado por Jesus. Ambos tinham suas teorias e muitas dificuldades em prová-las. Tanto que Jesus foi crucificado aos 33 anos de idade. Einstein, quase também o foi, por volta da mesma idade querendo provar que as teorias de Isaac Newton não estavam certas.
Para a felicidade de Albert Einstein depois de 15 anos e três negativas por parte da banca selecionadora para o Premio Nobel da Paz, ele teve seu ponto provado e levou o cheque sueco. Não diria que levou, pois este foi para a sua primeira esposa, que a separar-se e levando consigo os dois filhos do casal acertou que se o físico alemão um dia ganhasse o afamado prêmio este seria dela, para a sustentação de sua família. Apostar no intelecto sempre será a melhor solução.
Assim sendo tanto Sigmund Freud quanto Albert Eintein tiveram seus probleminhas no concernente a tentar modificar conceitos pré-estabelecidos. Isto faz parte da natureza humana. Somo em grande maioria reacionários a mudanças.
Helio Pellegrino no livro que reúne a coletânea de alguns de seus trabalhos, intitulado Lucidez Embriagada, versa por distintos tópicos e demonstra um Brasil que nos anos 70 parecia imbuído em sonhos.
Um livro que deveria estar na cabeceira de muitos, pois, disseca de forma até certo ponto cruel, nossas maiores fraquezas e nossos mais recônditos pensamentos. Só não concordo muito em relação a analogia feita por Pellegrino de Freud com o Cristovão Colombo. Acho que o alemão foi muito mais esperto do que o espanhol. E certamente muito mais rápido.
Vocês imaginam que Christovão Colombo içou velas no ano de 1492 no dia 03 de Agosto e tão somente desceu ancoras no novo continente a 02 de Outubro. Cerca de setenta dias para percorrer pouco menos de 4,000 milhas marítimas. Hoje por avião, o mesmo translado leva menos de 7 horas. Isto em sua época lhe deu uma média inferior a 2,4 milhas náuticas por hora. Como uma milha náutica tem 1,852 metros, nosso querido Colombo avançou cerca de 4,4 quilômetros por hora. Menos do que uma pessoa em normal condição física, que seria capaz de fazê-lo a seis quilômetros por hora. Como era lerdo o nosso Colombo...
Ai descobriram que queimando madeira ou carvão, as velas poderiam ser substituídas. Todavia, apenas depois que James Watson inventasse o sistema de máquinas a vapor que a navegação se tornou verdadeiramente comercial. George Stephenson desenvolveu as primeiras locomotivas e por terra o transporte igualmente modernizou-se.
Somos modernos, queimamos mais carvão, descobrimos a importância da gasolina e extraímos o óleo bruto da terra a que chamamos de petróleo. poluímos o ar e criamos fendas na terra. Não seriam estas as razões de tantos tremores de terra e tsunamis?
Não seria também hora para prestarmos mais atenção a nosso planeta? Ele é pequeno, azul e depende do sol. Será o lar de gerações futuras se algo deixarmos para elas. Algo como florestas, oceanos, geleiras e também importantes serem viventes como baleias, focas e aves. Imaginem a aridez de um mundo sem o que acabamos de citar? Vai parecer a caatinga desenhada pelo Henfil. Eta! Este era outro gênio.
albatrozusa@yahoo.com

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

OUVINDO ANTONIO CALLADO



Rumo à história profissional
Em relação aos países maduros e fortes
de qualquer período histórico,
os novos países, os que procuram se afirmar,
brincam de história durante muito tempo,
século, às vezes.

A brincadeira consiste principalmente no seguinte: impacientes de verem seus pais tão atrasado, humilhados por pertencerem a uma sociedade dominada por outra, homens de ação e homens de pensamento resolvem mudar as coisas. Para mudá-las de verdade seria preciso instruir as massas, e, ao mesmo tempo, motivá-las, agitá-las, transformá-las em unidades conscientes. Isto significa um trabalho persistente, inglório, pontilhados de períodos de prisão. Significa, acima de tudo, a vida sem conforto e sem as alegrias do normal crescimento de uma carreira e de uma família.
Diante do espectro desse trabalho persistente e inglório que a consciência pede-lhes que realizem, esses homens de pouco fôlego resolvem abreviar caminho pelos atalhos de ação imediata e inconsequente. Como ela apresenta risco de prisão e até mesmo de vida, dá um cero contentamento íntimo.
É a história como brincadeira. Pode levar à morte de um ou outro estudante e até mesmo de um ou outro intelectual ou operário. Mas nada se altera em profundidade. A história séria continua a ser representada em outros lugares.
Eu gostaria de ter escrito isto, mas foi o Antônio Callado que o escreveu quando de seu trabalho sobre o Vietnã. Suas palavras colocadas em papel décadas atrás, me parecem ainda vivas nos dias de hoje. Principalmente em se tratando de um continente como o nosso.
A América do Sul continua brincando de história. Faz parte de sua formação. Hoje, a moda é que todo e qualquer presidente, está querendo se eternizar no poder. Antes o conquistavam por meios revolucionários. Tornavam-se ditadores. Mas como revolução está off-broadway, ser ditador não pega bem,  e pelos motivos expostos pelo Callado, eles criaram modernamente, outros métodos. Assumem pelo voto popular, prometendo mundos e fundos, criam seu harém politico, estabelecem as benesses, tais como bolsa familia e cestas básicas, deixam a corrupção rolar e quanto todos são culpados, exigem a mudança da constituição da forma que mais lhe agradam e melhor servem a seus propósitos. Quem tem culpa no cartória não cria polêmica. Aceita o que lhe é mandado. Não seria isto um tipo de ditadura consentida?
Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia, já estão neste processo. A Argentina procede como sempre, desde os tempos de Peron, numa manutenção familiar. Vai o marido, depois a esposa e quando o filho estiver bastante grandinho, é ele que entra na dança. Os modelos das famílias Bush e Clinton, são cópias do modelo Argentino. Como se vê nossos hermanos exportam politica familiar.
Onde isto vai levar nosso continente? Temo só em pensar. Japão, China, Alemanha e Vietnã foram praticamente extintos da face da terra e hoje, pasmem, estão entre as mais importantes nações economicamente ativas.
Vale a pena se procurar o trabalho deste grande repórter. A Editora Agir republicou-o como parte de um livro chamado: Tempo de Arraes e Vietnã do Norte – Antonio Callado Repórter.
Ho Chi Mim, tinha cara de tonto, agia qual um tonto, se vestia qual um tonto, mas de tonto meus amigos, ele não tinha absolutamente nada. Era um pensador que sabia como fazer as pessoas agirem. Desde os tempos de Kublai-Khan que ninguém me pareceu mais importante por aqueles lados que Ho Chi Min. Mas isto não parece ser apenas a minha opinião de estudioso de história.
Para se entender a importância deste homem é necessário se conhecer um pouco da história deste pequeno pais, não tão pequeno em tamanho, mas sim em termos de recursos naturais. Oitenta anos de colonização francesa. Aí vieram os japoneses. Ai foi a vez dos chineses entrarem por um lado liderados por Chiang Kai-Shek e do outro as tropas britânicas sedentos de devolver o pais a França, e levando uma rebarba, como sempre foi a politica inglesa. Outrossim Ho Chi min e outros patriotas sabiam que a solução dos problemas de seu pais era triplicar o vietnamita dentro de si próprio em um guerreiro, um aluno ou professor e um produtor de alimentos. E desta forma a batalha foi vencida. Um país de parcos recursos que conseguiu expulsar de seu territórios, franceses, ingleses, norte-americanos e vizinhos gananciosos.
Olhando hoje o que aconteceu no Vietnã, compreendemos que aquele pais não brincou de história. Ela fez história. Um belo exemplo para países como o nosso ainda tomados por aquela genetica inapetência para com as coisas sérias.
Não me tomem por um esquerdista. Aliás, as únicas coisas que consigo ser são no máximo, liberal, Flamengo e Salgueiro.
No livro citado, Antonio Callado afirma que Ho Chi Mim nunca foi líder que exercesse uma política de sangue correndo atrás de uma glória de pedra. Dedicou-se a homens vivos. E que o Vietnã é a prova de que o homem valerá sempre mais do que as invenções do homem.
albatrozusa@yahoo.com

terça-feira, 25 de agosto de 2009

UM RIO QUE NÃO VOLTA JAMAIS


UM RIO QUE NÃO VOLTA JAMAIS

Vivi o final dos anos 60 e todos os 70 no Rio de Janeiro. Mas foi também o ocaso de uma capital, que se transformou em cidade e hoje vive qual um conglomerado, cercado de favelas e violência por todos os lados.

Outrossim, no meu tempo de juventude, Ipanema era uma aldeia. Leblon não mais do que uma vila e a Barra da Tijuca uma viagem ao desconhecido. Tijuca era tã longe quanto Marte, Copacabana entrara em decadência e atravessar o túnel Princesa Isabel, era tão inconcebível, quanto tomar uma injeção na testa, a não ser em dia de clássico no Maracanã. O verdadeiro Rio de Janeiro era pequeno. Tinha suas fronteiras na zona sul da cidade. Iniciava no túnel da Princesa Isabel e terminava na subida da Avenida Niermayer e talvez por isto, quase todos se conheciam, pois, os lugares freqüentados, eram sempre os mesmos.
Jangadeiro, Veloso, Zeppelin, Bar da Lagoa, Varanda, Mau Cheiro, também conhecido como Morte Lenta e para culminar o Castelinho, que fez o Mau Cheiro comporta-se, desistir e virar Barril 1800. Eram o top. Todos bares. Sim todos eram bares, uma cultura estabelecida desde os tempos do Império. Numa cidade balneário, monopolizada pela cultura e política em um país ainda em formação que se discutia. Não se entendia, mas pelo menos se dicutia.

Mas o que os cariocas faziam nos bares, pensarão alguns? Primeiramente diria que não seriam apenas os cariocas. Como capital que foi, o Rio de Janeiro atraía gente de tudo que era estado. Mineiros, capixabas, nordestinos. E em seu bojo a intelectualidade de todos os quatro cantos do Brasil, pois, naquela época, além de político, era o centro cultural de uma nação. Os assuntos gerais eram: conversar fiado, falar mal do governo, discutir o que acontecia em Paris, comentar o trabalho dos colegas, verem as menininhas graciosas e cheias de graça irem a caminho do mar. Longe do mar, a Confeitaria Colombo e Vermelhinho, este um barzinho no centro que até as três horas da tarde recebia funcionários públicos que ali vinham saciar sua fome. E depois das cinco era freqüentado por artistas que saciavam suas necessidades intelectuais. Mas estas duas casas não eram as únicas.
O Jangadeiro era o ponto do Hugo Bidet, do Fernando Sabino, do Rubem Braga, do Sergio Cabral, do Albino Pinheiro. O Veloso (que hoje tem o nome nojento de Garota de Ipanema) era o porto de Vinicius de Moraes, de Antonio Carlos Jobim e da turma do Pasquim, o Jaguar, o Millor, o Tarso de Castro, o Ziraldo e até o sofisticado Paulo Francis. O Zeppelin pertencia a turba intelectuóide do cinema novo. O bar da Lagoa, do João Saldanha, Sandro Moreira, Roniquito e alguns elementos do clube do cafajeste, os únicos a igualmente freqüentarem Copacabana durante o dia. Eram viciados pela piscina do Copa, nos fins de semana. Lá se encontravam com o Ibrahim Suede, o Carlinhos Niemayer, o Baby Pignatali e outros. O Antônios, era o refugio do Carlinhos de Oliveira, do Nelson Rodrigues, do Chico e de todo aquele que tinha intimidade de pendurar suas contas como o Manolo.
Ai em Setembro de 64, seis meses depois da redentora, nasceu o Castelinho (o bar, não o jornalista). O primeiro barzinho de qualidade em frente da praia e com direito a placa de trânsito colocada pelo coronel Fontenelle, alertando aos motoristas que diminuíssem sua marcha, pois, os bêbados atravessavam a rua. Há de se aceitar, que o intelectual carioca nunca foi chegado ao sol, mas ali muitos passaram a se reunir, principalmente no final da tarde para ver as musas do Arpoador voltarem do banho de mar: Odete Lara, Normal Benguel, Duda Cavalcanti, Rose Rondelli, Ionita Guinle, e outras. Rio de Janeiro era sinônimo de mulher bonita.
Copacabana para nós, que a pouco nascíamos para a vida, só a noite, pois, era lá que ainda estavam as boates, o Bateau, Black Horse, Regine's, o Jirau, antigo e novo, o Zum Zum Zum, os restaurantes como o Lucas e o Alcazar (pontos de encontro de Augusto Frederico Smith, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, o Castelinho e outros intelectuais), os caríssimos mais badaladérrimos, Au Bon Gourmet, o Bife de Ouro, Le Rond Point, onde os círculos da alta sociedade demonstravam sua pujança, os menos badalados, todavia, freqüentados pela turma da madrugada do beco das Garrafas e dos inferninhos do Lido, que seriam o Fiorentina que virou Sorrento, ou ao contrário, não me recordo mais, e o bar do Cervantes, que existe até hoje, com o melhor sanduíche de pernil da face da terra.
Existia uma peculiaridade. Os donos e os garçons destes bares e restaurantes nos chamavam pelo nome. Havia uma intimidade e um respeito até no ato de colocar a conta no prego. Na praia, cada um tinha seu vendedor de mate e limãozinho. Eles montavam clientela e contas, pois, levar todo dia dinheiro para praia, no Rio de Janeiro, sempre foi sinal de insanidade mental. E não adiantava ter a força do dinheiro para conseguir esta intimidade. Naquela época vir no fim de semana advindo da terra da garoa, era passaporte para a inelegibilidade.
Havia o Jockey Clube e seu hipódromo da Gávea, que não era símbolo apenas de corridas de cavalos, era um must social, quando do GP. Brasil. Tinha o mesmo status do Country Club, das boates de conde Hubert de Castejá.
Era necessário planos de trânsito para que as ruas pudessem funcionar em condições mínimas em dia da festa máxima de nosso turfe. Até presidente comparecia. Hoje ele manda um representante, geralmente aquele que está de castigo ou em regime de aviso prévio. Para se fazer planos de trânsito atualmente, naquela região da Gávea e Jardim Botânico, tão somente quando o Suvaco de Cristo desfila.

Outro Rio, outra gente, mas mesmo assim ele continua lindo.
albatrozusa@yahoo.com

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

ANTIGA MAS AINDA VÁLIDA DO JABOR


- Brasileiro é um povo solidário. 
Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.
- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.
Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai..
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.
Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo..
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira..
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.
- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.
Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
- O Brasil é um pais democrático. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores)..
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense !
O famoso jeitinho brasileiro.
Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?? ?
Grande coisa...
O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro !?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.
Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...
O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!
Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?
Arnaldo Jabor

domingo, 23 de agosto de 2009

ENCOSTA SUA CABECINHA NO MEU OMBRO E CHORA...






O DESEQUILIBRIO METAFÍSICO
A gripe é um desequilíbrio metafísico. 
Lhe trás cansaço, insatisfação, dores
e o principal de tudo:
 falta de assunto. 
Mas seria a gripe que origina a falta de assunto, 
ou a falta de assunto lhe trás a gripe? 
Tai, este não deixa de ser um assunto, vocês não acham?

Não sei. A verdade é que a visão macabra de um dia grandioso desaparece a primeira vontade de assoar o nariz. A vontade de construir algo em palavras ou atos dissipa-se ao primeiro ataque de tosse seca que você tem ciência que se tornará cheia de catarro, pois, a gripe é metódica. Tem um ciclo pré determinado. Chega quando você menos espera, mas só o abandona depois de chegar todas as suas possibilidades. São fieis e susceptíveis a ligeiros atrasos, mas anualmente comparecem para chegar sua vitima. Não existe réstia de entendimento. O enfrentamento é inevitável. Tem semelhança a politica brasileira.
Você melhora mas toma conhecimento que ela voltará no ano seguinte com um novo nome e exigirá um distinto tratamento. O que me estranha é que a cada ano elas estão voltando mais ferozes. Como se reunissem por algum tempo, estudassem seu mapa genético e descobrissem onde poderiam atacar e vencer. A tal da suína fez sua história, se esta ainda não terminou. Vou dizer uma coisa. Sou um viciado naquilo que pratico profissionalmente. Ficar sem noticias do que está acontecendo em qualquer lugar deste planeta turfístico me deixa louco. Creiam-me, não sou daqueles que empresta à gripe ou ao anúncio de uma simples acidez estomacal uma dimensão maior qual a de uma síndrome de histeria pré mortem. Mas esta gripe elucubrou dores sísmicas.
Pois bem, políticos como Sarney, Collor, Lula e aquele ex-presidente do senado que não consigo sequer soletrar o nome, são como a gripe. São igualmente desequilíbrios metafísicos que lhe propiciam cansaço, total insatisfação, imensas dores, outrossim não lhe tiram o assunto.
A visão de um dia grandioso desaparece a primeira leitura do noticiário. É pizza rolando para todos os lados. Aliás, nosso senado é a maior casa de pizza do planeta. Fato este aceito publicamente até pelo próprio presidente de nossa republica. E cada vez a aceitação deste senhor é maior, o que prova que uma cesta básica apagam a imagem nojenta de 100 atos secretos.

Vovó Sarney se viva fosse, certamente diría: coisinha pequena, boba, sem importâcia nenhuma. Tão querendo bolir com meu netinho...
Não se fala mais no mensalão. Está off-broadway. Cassados, absolvidos e todos os derivados, continuam numa boa. Aliás, nunca saíram dela, pois vivem de coçar as costas daqueles que coçam suas costas. E nosso presidente viaja, viaja, viaja ... e quando alguém anuncia uma renuncia irrevogável, se reune, se reune, se reune...
Tudo mudou com o aparecimento da Internet e seus derivados, Facebook, Twitter, blogs, etc... E duas coisas parecem estar bombando no ar: Legado e Transparência. Isto parece até intróito de Edir Macedo... Mas na realidade não o é.
O legado de cada um passou a ser a forma transparente como você se apresenta. Ele é a garantia de seu futuro profissional. Sua respeitabilidade. Outrossim, para que isto venha a acontecer você tem que acreditar naquilo que faz. Olhar no espelho e ter certeza que é aquilo que quer fazer e gosta de fazer. O ganho é conseqüência. Assisti outro dia colocado de uma forma bem simples e fácil de entender em um vídeo de um jovem norte-americano.
Para se fazer aquilo que se gosta sempre existirá um investimento pessoal enorme. Perde-se dinheiro, mas mantêm-se conceitos e diretrizes. Este é o preço da coisa. Não creio que nossos atuais presidentes, da republica e do senado, gostem do que fazem. O fazem pela ávida necessidade do poder e de manter o status quo. Têm medo de serem punidos e por isto se mantêm como caciques onde podem arquivar, todo e qualquer perigo, que os possam atingir. Muitos dependem deles, pois, eles são apenas a ponta do iceberg.
Os escândalos multiplicam-se, e o pior de tudo, depois de algum tempo você se acostuma. Não chega a achar normal, porém releva, pois, existem coisas mais importantes a se fazer. Este é o processo da inércia e da estagnação. Você acredita que vai tudo terminar em um nova pizza. E é nisto que o Planalto joga.
Um dia Collor vai ao palanque é urra que é necessário extirpar do Planalto José Sarney, um ladrão, salafrário, corrupto... Os anos passam e o mesmo Collor agora defende com unhas e dentes a permanência daquele homem que um dia ele acusou de ladrão, salafrário, corrupto. Senhores estamos nos reportando a senadores da republica. Não brigas de lavadeiras... Desculpem-me as lavadeiras por tal comparação.
Dá para cantar aquela musiquinha. Encosta a cabecinha no mu ombro e chora ... E sempre no ombro de um igual...
Paremos para pensar. Porque as coisas acontecem? Afinal não existe fato mais deprimente e inconsistente, do que ser obrigado a presenciar um cacique sem tribo, como o Zé do bigode Sarney, tentando manter seu poder e para tal ser apoiado pelo tripé anteriormente citado. Um quarteto patético, quase apocalíptico, mas que infelizmente está se tornando a imagem do Brasil.
albatrozusa@yahoo.com

























sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A VISÃO DO LADO DAQUI


A VISÃO DO LADO DAQUI
Existem várias formas de se lidar com um problema.
Uma delas é a de, simplesmente ignorá-lo e induzir a todos, que a crise nunca irá nos afetar.
A outra é enfrentar o problema de frente.
 Acredito que isto seja o que difere Barack Hussein Obama
de Luiz Ignácio Lula da Silva.
Montada por dois professores e um escritor, em 1971, em Seattle, o Starbucks tinha como objetivo básico vender o café em grão. Com a entrada de Howard Schultz na sociedade, tudo se modificou. Em 1982, ao voltar de Milão, este sonhador inveterado demonstrou estar inebriado como a forma como os europeus – em especial os italianos – reverenciavam o ato de tomar café. Eles não os engoliam como os norte-americanos. Eles o saboreavam. Não o faziam por necessidade. E sim com prazer. Imediatamente, a idéia de se criar espaços em que as pessoas pudessem tomar café, veio-lhe à mente. Seus sócios foram contrários à idéia. Houve cisão na sociedade. Os três fundadores venderam o negócio para aquele louco sonhador e ele revolucionou o mercado.
De 1992, quando a nova companhia abriu seu controle acionário ao público, até 2006, a ação oferecida (SBUX) no mercado subiu 5,814%. Nada a reclamar. Em 2007, segundo dados oficiais eram 16.226 lojas em 44 países distintos e um número imenso de funcionários. Importava-se 160 milhões de quilos de grãos de café e vendia-se 10 bilhões de expressos e correlatos. Aí veio a crise imobiliária em 2008. Que ainda se mantém vigente por aqui. Em áreas afetadas por significativo número de forecloses, cerca de 600 lojas tiveram que ser fechadas do dia para a noite. Isto somado a entrada do MacDonald’s no mercado de servir cafés e à expansão neste sentido do Dunkin’s Donut, balançou, significativamente, as estruturas desta insinuante companhia que esteve bem perto de adquirir a United Airlines. Imaginem uma companhia que servia cafés comprando a segunda maior empresa aérea norte-americana. Uma verdadeira inversão de valores.
O que mais me impressionou no caso específico de Howard Schultz é que ele construiu sem império e não precisou inventar uma coisa nova, como fizeram Jeff Bezos (Amazon), Sergei Brin e Larry Page (Googles), Bill Gates e Paul Allen (Microsoft). Ele convenceu o resto do mundo de que o velho hábito de tomar café era muito melhor quando realizado em suas lojas. O que não é verdade, pois comparar o ato de tomar café em Verona e em Seattle é simplesmente impensável. Mas a coisa colou e o Starbucks decolou.
Acredito que este tenha sido o mesmo principio usado por Borack Obama para ganhar as eleições nos Estados Unidos.
Ele convenceu o eleitorado norte-americano que votar era um ato salutar e que este pais necessitava de mudanças. Não apenas de uma política econômica, mas sim também de comportamento. E assim desta forma, num clima de otimismo, todas as minorias, negros, latinos, asiáticos, homossexuais, independente de credo ou posição social convenceram-se que era necessário exercer o seu direito de voto, numa tentativa de propiciar uma mudança de postura, em uma nação dividida e levando adiante duas guerras pré-fabricadas por uma gestão de olho no óleo alheio.
O povo não pode ser eternamente ludibriado. Após o ataque as torres gêmeas de Manhattan, 55% da população norte-americana ansiava que o governo tomasse medidas punitivas de forma imediata. Apenas 31% temia até quanto as medidas a serem adotadas pela Casa Branca visando o enfrentamento com o terrorismo, iriam afetar a liberdade do individuo em uma país que durante mais de 200 anos teve a liberdade com seu direito padrão defendida. Hoje, a luz dos verdadeiros fatos, a o nível de aceitação de George W. Bush é de menos de 25%. Um dos menores de sua história presidencial.
Todavia, o poder imaginativo de homens como Howard Schultz e Borak Obama são capazes de revolucionar as bases de hábitos já solidificados, porque o que apresentam faz senso. Não existe conservadorismo que resista a uma mudança racional aceita pela maioria da população. Outrossim, não creio que o mesmo pode ser aplicado em relação a política brasileira, onde os altos índices de aceitação popular em relação a atual gestão baseiam-se apenas em dois pontos: discursos  populistas, tenramente, regados em lacrimosas afirmativas bombásticas e otimismos desenfreados somados a uma vasta distribuição de cestas básicas.
Desculpem-me, porém, não creio que doentes com tifo devam apenas ver o lado otimista da doença. Pílulas douradas não resolvem problema algum. Servem como paliativos por algumas semanas, mas quando descoberta a sua ineficácia, a queda psicológica se torna ainda maior. Eles devem estar cientes de todas as possibilidades e preparados para o que der e vier. É isto que o povo norte-americano está adotando no momento. Apertam o cinto e esperam por dias melhores.
albatrozusa@yahoo.com